SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de educação Estácio (SA:YDUQ3) teve lucro menor no segundo trimestre, diante de efeitos fiscais não recorrentes e da concessão de maiores descontos após o Fies ter sido reduzido.
A companhia anunciou nesta segunda-feira que seu lucro líquido do período somou 201,8 milhões no segundo trimestre na base pro-forma, o que representa uma queda de 14,8% em relação a igual período de 2018.
Segundo a Estácio, no mesmo trimestre do ano passado o lucro foi afetado positivamente por reversão de IR e contribuição social referente ao benefício do POEB. Sem esses efeitos, o lucro naquele período teria sido de 179,9 milhões. Nessa comparação, o lucro líquido este trimestre teria apresentado subido 12%.
Considerando ajustes contábeis pelo critério IFRS 16, o lucro da companhia no período somou 194,8 milhões de reais.
O resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) totalizou 288 milhões de reais, avançando 1,6% ano a ano. A margem Ebitda atingiu 30,1%, alta de 0,7 ponto percentual. Com o IFRS 16, o Ebitda foi de 342 milhões de reais. A previsão média de analistas ouvidos pela Refinitiv apontava Ebitda de 348,2 milhões de reais.
A holding controladora da companhia a partir de julho passou a ser Yduqs, mas a marca Estácio foi preservada.
A receita líquida do grupo atingiu 957,2 milhões de reais de abril a junho, queda de 0,7% ano a ano. A Estácio atribuiu a queda ao cenário econômico adverso, que impactou principalmente o segmento presencial; à queda de alunos Fies em função da redução do programa pelo governo federal e ao aumento de descontos e bolsas concedidos.
A base totalizou 576,4 mil alunos, 3,3% maior em 12 meses.
Com pressão nas receitas, a companhia reagiu com maior controle de custos. Assim, as despesas gerais e administrativas, de 137,6 milhões de reais, foram 9% menores ano a ano.
(Por Aluísio Alves)