Investing.com – Diversos estudos apontam que anos eleitorais tendem a ser positivos para o mercado de ações dos EUA, com o índice S&P 500 apresentando, historicamente, um retorno médio total entre 10% e 20% desde 1928.
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Os dados mostram que o terceiro ano do mandato presidencial costuma ser o mais lucrativo, registrando um retorno médio de 18,08% ao longo dos últimos 95 anos. O quarto ano também apresenta boas perspectivas, com um retorno médio de 9,5% e 75% de probabilidade de resultados positivos.
Apesar da volatilidade ao longo do ano, o terceiro trimestre costuma ser o mais rentável, com um retorno médio de 5,21%, o que corresponde a aproximadamente 70% do ganho anual médio. No entanto, é importante notar que, desde 1928, o S&P 500 também registra uma queda média de pico a vale (“drowdown”) de 14,96% em anos eleitorais.
Os especialistas destacam ainda certas tendências sazonais nesses períodos. Nos primeiros seis meses, os retornos tendem a ser mais contidos, enquanto a segunda metade do ano geralmente apresenta retornos mais expressivos, especialmente nos dois últimos trimestres.
Sob um governo democrata, o índice Dow Jones Industrial Average historicamente apresenta desempenho inferior, mas setores como energia, saúde e finanças podem se beneficiar.
Para gestões republicanas, os setores cíclicos, de tecnologia e de serviços de comunicação, tendem a apresentar melhores resultados.
De forma geral, as ações mostram forte desempenho, com as “small-caps” (empresas de menor capitalização) superando as “large-caps” (empresas de grande valor de mercado). As ações de valor tendem a ficar atrás ao longo do ano, mas se recuperam no final, superando as ações de crescimento.
Especificamente para 2024, os analistas preveem que o Range de Negociação de Alto Nível (HLTR) se manterá alinhado com as tendências históricas dos anos eleitorais, estendendo-se até a eleição de novembro. A projeção do preço-alvo para o fim do ano do S&P 500 está estabelecida em 5.050.
Eleições presidenciais de 2024: Um referendo sobre o mandato de Biden?
Com a aproximação da eleição presidencial de 2024 nos Estados, analistas da Strategas apontam que o pleito está se configurando como um referendo sobre o primeiro mandato do presidente Biden.
"Há quatro anos, a eleição centrou-se em Trump. Agora, o foco é a gestão de Biden", afirmam os especialistas.
Eles observam que, historicamente, presidentes enfrentam desafios para a reeleição quando os eleitores encaram o pleito como um julgamento de seu mandato anterior. Campanhas de reeleição bem-sucedidas geralmente posicionam a disputa como uma escolha entre o presidente atual e um adversário menos atraente.
Os analistas destacam que as pesquisas atuais mostram que mais eleitores acreditam que Trump gerenciaria melhor a economia do que Biden. Esse ponto de vista prevalece principalmente nos estados-chave, onde Trump aparece à frente.
No entanto, alegam que as campanhas são fluidas, e Biden está ajustando sua estratégia para moldar a eleição como uma escolha, e não apenas um referendo sobre seu governo.
A empresa indica que Biden planeja alterar a narrativa, possivelmente destacando a condenação criminal de Trump, o que, segundo ele, o desqualifica para o cargo. Além disso, enfatizam que as recentes políticas implementadas por Biden fazem parte de sua estratégia.
"Os economistas democratas têm divulgado estudos argumentando que Trump seria mais prejudicial à inflação do que Biden, devido a fatores como déficits, tarifas, politização do Fed e restrições na fronteira", explicam os analistas. "Será que esses argumentos serão convincentes? Em questões como a fronteira, pode ser muito pouco e muito tarde. Já em outros aspectos, como a inflação, um estudo econômico pode ter mais impacto que a percepção pública? E quanto à condenação, a reação de Trump pode ser mais determinante que o próprio fato."
Em última análise, a eficácia da estratégia de Biden dependerá de sua capacidade de convencer os eleitores indecisos de que Trump agravaria os problemas atuais. Conforme ressaltam os analistas, "a taxa de aprovação de Biden será o indicador-chave para determinar se ele está conseguindo transformar a eleição de um referendo em uma escolha para esses eleitores."
Trump é “levemente favorito” no pleito, segundo banco
Donald Trump é considerado “levemente favorito” para a próxima eleição presidencial de 2024 nos EUA, afirmam os analistas do Piper Sandler na última quinta-feira. O ex-presidente está à frente nas pesquisas, com uma vantagem pequena tanto no âmbito nacional quanto nos estados-chave do Meio-Oeste, como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.
“A probabilidade de uma vitória expressiva de Biden (e de um Senado democrata, que sempre foi improvável) diminuiu,” escreveram os analistas do banco. “A Câmara dos Deputados provavelmente será conquistada pelo partido que vencer a presidência.”
Segundo os especialistas, a eleição de 2024 é vista como muito influente para os mercados financeiros, já que ambos os candidatos “apresentam uma variedade de riscos, sejam eles concretos ou abstratos”.
Ao contrário de eleições anteriores, as maiores inquietações dos investidores são macroeconômicas. Isso engloba uma potencial reversão de décadas de liberalização comercial, risco geopolítico elevado e instabilidade, políticas fiscais insustentáveis e possíveis variações acentuadas em impostos, regulamentações e imigração.
“Os investidores estão focados nas possíveis tarifas e no futuro dos incentivos ambientais da lei de redução da inflação. Os setores financeiro, saúde, energia, defesa, industrial, entre outros, dependem bastante do desfecho eleitoral,” complementou a equipe do Piper Sandler e da Gartner.
Quanto aos riscos abstratos, os analistas ressaltaram que um dos candidatos é “temperamentalmente inapto para o cargo”, enquanto o outro é “fisicamente inapto”.
“Ambos representam um risco ao estado de direito, radicalizam seus próprios partidos e a oposição, enfrentam problemas legais e éticos, são considerados ilegítimos por metade da população e não têm interesse em persuadir o país, sendo impopulares demais para serem levados a sério,” comentou o banco de investimentos.
Atualmente, as chances eleitorais da empresa são de 60% para o Partido Republicano conquistar a presidência, 55% para a Câmara dos Deputados e 85% para o Senado.
Em relação a questões específicas, o relatório aponta várias áreas onde Trump tem vantagem sobre Biden. Incluem-se economia, imigração, inflação e a posição dos EUA no cenário mundial.
Conforme uma pesquisa da CNN de final de abril de 2024, Trump lidera Biden por 14 pontos na gestão da economia e por 17 pontos na imigração. Além disso, o ex-presidente é mais bem visto em questões como inflação, o conflito entre Israel e Hamas, e crime e segurança.
Em contrapartida, Biden está à frente de Trump em temas como acesso ao aborto e saúde.
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