👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Inadimplência tem mínima recorde em julho apesar de crise por Covid-19, aponta BC

Publicado 28.08.2020, 09:38
© Reuters. Prédio do Banco Central em Brasília

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - Apesar da crise com o coronavírus e do temor generalizado dos bancos acerca de calotes, a inadimplência no Brasil caiu a uma mínima recorde em julho de 3,5%, dado que abarca o segmento de recursos livres, em que as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras.

No mesmo mês do ano passado, a inadimplência havia sido de 4,0%, apontou o Banco Central nesta sexta-feira. Já em junho deste ano o percentual ficou em 3,7%.

A inadimplência de 3,5% é a menor da série histórica do BC, iniciada em março de 2011, e vem em meio à forte recomposição de renda proporcionada pelo programa de auxílio emergencial, que desde abril concede benefício de 600 reais a informais e vulneráveis.

Após ser prorrogado por mais dois meses, o programa termina em agosto, mas o presidente Jair Bolsonaro já afirmou que irá estendê-lo até dezembro, embora a um menor valor.

Segundo o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, é possível, sim, que o auxílio emergencial tenha tido papel na redução da inadimplência, uma vez que, no agregado, houve uma "muito elevada" recomposição de renda com o programa.

Além disso, ele afirmou que há pelo menos dois fatores mitigando o impacto da crise na inadimplência: um movimento grande de renegociações e repactuações dos financiamentos e a possibilidade de postergação de parcelas, instituída por bancos.

Questionado se, com a queda da inadimplência, os bancos poderiam reorientar sua estratégia de provisionamento, Rocha sinalizou ser possível que as instituições ainda analisem esse quadro.

"Estou provisionado e preparado para a inadimplência. Se essa inadimplência vier, se crescer, já estou provisionado e o banco continua sólido. Se ela não vier, passada uma incerteza, começa a baixar projeções, melhora o meu resultado e vida que segue", disse.

Em relação ao custo dos financiamentos no país, os juros médios seguiram em trajetória cadente em julho, a 27,3% ao ano, contra 28,2% no mês anterior, também no segmento de recursos livres.

O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, recuou no mesmo segmento a 23,0 pontos percentuais, de 23,7 pontos em junho.

AUMENTO DO ESTOQUE

Segundo o BC, o estoque total de crédito no Brasil subiu 1% em julho sobre junho, acelerando o ritmo diante das operações voltadas a empresas e passando a 3,666 trilhões de reais.

Com isso, o saldo total de financiamentos no país avançou a 51,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Entre as pessoas jurídicas, o aumento foi de 1,2% no mês e de 15,0% no acumulado em 12 meses, destacou o BC. Nos 12 meses até junho, esse crescimento havia sido de 11,8%.

Já entre as pessoas físicas, houve expansão de 0,9% no crédito em julho e de 8,5% em 12 meses, mesmo percentual registrado no acumulado até o mês anterior.

Em nota, o BC destacou que, olhando apenas para o crédito livre, em que as taxas de juros são fixadas livremente pelas instituições financeiras, houve elevação para as pessoas jurídicas de 0,5% em julho e de 26,1% em 12 meses, com destaque para as operações de capital de giro, especialmente com prazo superior a um ano.

No crédito direcionado às empresas, a alta foi de 2,5% no mês, ajudada pelas contratações fechadas no âmbito do Pronampe, programa do governo de concessão de garantias para empréstimos a micro e pequenas empresas. Em 12 meses, houve retração de 0,3%, complementou o BC.

No crédito livre para famílias, o BC chamou a atenção para as altas observadas em julho em cartão de crédito à vista (+5,1%), crédito pessoal consignado (+1,1%) e financiamento de veículos (+0,6%).

© Reuters. Prédio do Banco Central em Brasília

De janeiro a julho, a alta geral no crédito no país foi de 5,4% e, em 12 meses, de 11,3%.

Para 2020, o BC havia previsto em junho crescimento do crédito de 7,6%, puxado pelos financiamentos às empresas em função da necessidade de caixa diante da queda nas vendas em meio à pandemia de coronavírus.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem dito que o crédito é um importante componente na definição do formato da retomada econômica no pós-coronavírus e que a experiência de outros países tem mostrado isso.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.