Money Times - O mercado, de certa forma, voltou no tempo nesta terça-feira.
Em um longínquo maio de 2017, antes do histórico Joesley Day, o tema nas mesas de operações das corretoras e gestoras era a Reforma da Previdência. Hoje, 25 de setembro de 2019, o assunto é discutido novamente entre os investidores após o presidente da República, Michel Temer, levantar a possibilidade de dar uma pausa na Intervenção Federal no Rio de Janeiro para tentar votá-la.
O Ibovespa, que tinha iniciado o dia lidando com a verdade inconveniente de ter Fernando Haddad como favorito em um segundo turno contra Jair Bolsonaro, zerou as perdas ao longo do dia e acabou a sessão com valorização de 0,83%, aos 78.630 pontos. O dólar fechou em baixa, vendido a R$ 4,08.
Em entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Temer admitiu suspender, provisoriamente ou definitivamente, a intervenção para votar a reforma da Previdência ainda este ano. Conforme a lei, a intervenção impede a votação de emendas constitucionais, como é o caso da tramitação da PEC 287/2016, que altera as regras de aposentadoria e pensão.
“Apesar da abertura dos negócios em clima de apreensão oriundo dos desdobramentos no âmbito eleitoral doméstico, ao longo da sessão o viés negativo foi se dissipando gradativamente”, ressalta uma análise do BB Investimentos. Ajudou também no desempenho a performance de empresas ligadas a commodities. A Vale(VALE3 (SA:VALE3)), por exemplo, subiu 3,32%.
“Embora não tenhamos tido um catalisador “chave” para o movimento, pode ter agradado ao mercado as falas do Presidente Michel Temer (na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque), quem voltou a afirmar que buscará apoio do novo presidente eleito para tentar votar a reforma da previdência ainda em 2018”, analisa a corretora H.Commcor.
Os analistas, contudo, veem o mercado com certo “sangue-frio”, dando o benefício da dúvida ao candidato Jair Bolsonaro mesmo com o petista Fernando Haddad em franca evolução. Essa ideia de retomar a agenda de reformas é muito boa e o mercado aprova. “Tem que manter isso aí, viu?”, já dizia Temer em um tempo não muito distante.
Por Money Times