Por David Shepardson
PEQUIM - Os Estados Unidos e a China concordaram em lançar um diálogo de informações sobre a aplicação do controle de exportação e um novo grupo de trabalho formal sobre questões comerciais, disse o Departamento de Comércio dos EUA na segunda-feira, dando a Pequim um potencial fórum para expressar preocupações.
Após reuniões entre a secretária do Comércio dos EUA, Gina Raimondo, e o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, a troca proporcionará uma "plataforma para reduzir mal-entendidos sobre as políticas de segurança nacional dos EUA", disse Raimondo, acrescentando: "Não estamos comprometendo ou negociando questões de segurança nacional. Ponto final."
A primeira reunião presencial de intercâmbio de informações sobre controle de exportação será realizada na terça-feira no nível de secretário adjunto do Ministério do Comércio em Pequim, disse Raimondo.
“Os Estados Unidos estão empenhados em ser transparentes sobre a nossa estratégia de aplicação do controle das exportações”, afirmou ela. "Para mostrar como isso é real, a primeira reunião dessa nova troca de informações será amanhã em Pequim. Não vamos perder tempo."
A China tem criticado os esforços dos EUA para bloquear o acesso da China a semicondutores avançados através de controles de exportação, mas Raimondo disse que estes não estão abertos ao debate.
A Casa Branca decidiu este mês começar a proibir alguns investimentos dos EUA em tecnologias sensíveis na China e planeja finalizar em breve as restrições abrangentes à exportação de semicondutores avançados adotadas em outubro.
Alguns republicanos no Congresso instaram Raimondo neste mês a não abrir um grupo de trabalho formal sobre questões de controle de exportações.
Raimondo observou no início deste ano que colocou mais de 200 empresas chinesas numa lista de controle de exportações dos EUA e disse repetidamente que não hesita em usar o poder conforme necessário.
O novo grupo de trabalho sobre questões comerciais é um mecanismo de consulta que envolve autoridades dos governos dos EUA e da China e representantes do setor privado "para procurar soluções sobre questões de comércio e investimento e para promover os interesses comerciais dos EUA na China".