Lara Malvesí.
Estrasburgo (França), 23 out (EFE).- Após as tragédias com imigrantes registradas na ilha italiana de Lampedusa e diante da cúpula europeia, que será iniciada amanhã em Bruxelas, a Eurocâmara e a Comissão Europeia (CE) reivindicaram aos governos dos 28 países-membro da União Europeia (UE) mais ambição em relação às medidas em nível comunitário.
A chamada aos governos do grupo europeu chega à véspera do Conselho Europeu, que, entre os dias 24 e 25 de outubro, reunirá os chefes de Estado e de Governo da UE em Bruxelas. No entanto, a questão da imigração só deverá ser debatida na sexta-feira e sem a previsão de medidas concretas para atenuar a situação.
A cúpula europeia se centrará amanhã nos aspectos econômicos que mais preocupam os sócios da UE, como aumentar o emprego, o crescimento e a competitividade através da economia digital, da inovação e dos serviços. O desemprego juvenil e o financiamento às pequenas e médias empresas também estarão na pauta do primeiro dia de encontro.
Os chefes de Estado e de Governo da UE também deverão analisar os progressos na união bancária na zona do euro, o reforço da coordenação das políticas econômicas e a "dimensão social" da União Econômica e Monetária.
Com presença confirmada neste grande debate, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, deverá explicar as questões relacionadas à avaliação da qualidade de ativos das entidades bancárias que a instituição prevê realizar no próximo ano antes de assumir seu novo papel de supervisor bancário da zona do euro.
Entre os temas citados, Draghi deverá dar atenção especial ao processo de construção da União Bancária, um aspecto que, segundo o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, os 28 países-membros esperam alcançar conclusões.
Já na sexta-feira, no segundo dia de cúpula, os chefes de Estado e Governo da UE abordarão os fluxos migratórios que chegam à Europa através do Mediterrâneo, principalmente dos países procedentes do norte da África, mas também da África Subsaaariana e da Síria, uma situação que preocupa particularmente a Eurocâmara.
No documento provisório das conclusões que serão aprovadas, os líderes europeus na cúpula chamam os países a refletir sobre como evitar tragédias como as ocorridas em Lampedusa e reunir as opções em comum em relação a uma cúpula extraordinária sobre Justiça e Interior, a qual deverá ser realizada em junho de 2014.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, reivindicou hoje aos Governos "fazer mais" para evitar essas tragédias, embora tenha ressaltado que "não existe uma fórmula milagrosa" para fazer frente ao assunto da imigração.
"É preciso aumentar os esforços europeus e cooperar mais com os países de passagem e origem da imigração", assinalou o presidente da comissão.
A proteção eficaz das fronteiras e das pessoas que chegam pelo mar também foram citadas por Barroso, quem lembrou que a comissão impulsionou novos grupos operacionais com as agências Frontex e Europol.
Social-democratas, liberais, ecologistas e membros da esquerda progressista pediram na Eurocâmara uma lei de imigração em nível europeu, um fato que consideram pendente há mais 15 anos.
Neste aspecto, o líder do S&D, Hannes Swoboda, qualificou como uma "vergonha" o fato dos líderes não terem previsto decisões concretas para evitar novas tragédias até o verão do próximo ano.
Por sua parte, o co-presidente dos Verdes no parlamento europeu, Daniel Cohn-Bendit, afirmou que uma solução mais ampla exigiria mais verbas e lamentou que a Frontex não tivesse um orçamento superior aos 90 milhões de euros atuais.
No outro extremo do plenário, a eurodeputada Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita francês Frente Nacional, disse que os políticos que lançam a mensagem que a UE necessita milhões de imigrantes "devem sentir a culpa de todas as pessoas que se lançam ao mar e correm perigo".
O plenário do PE votou hoje uma resolução que pede aos 28 países-membros da UE que não criminalizar o resgate de imigrantes no mar.
Para a Eurocâmara, a recente tragédia de "Lampedusa deve marcar um ponto de inflexão para a Europa", ao tempo que assinalou que a única maneira de evitar outro drama similar é adotar um enfoque coordenado baseado na solidariedade e na responsabilidade.
Em 2012, segundo dados da agência de vigilância das fronteiras exteriores da UE, mais de 72 mil pessoas chegaram ao continente de maneira clandestina. EFE
Estrasburgo (França), 23 out (EFE).- Após as tragédias com imigrantes registradas na ilha italiana de Lampedusa e diante da cúpula europeia, que será iniciada amanhã em Bruxelas, a Eurocâmara e a Comissão Europeia (CE) reivindicaram aos governos dos 28 países-membro da União Europeia (UE) mais ambição em relação às medidas em nível comunitário.
A chamada aos governos do grupo europeu chega à véspera do Conselho Europeu, que, entre os dias 24 e 25 de outubro, reunirá os chefes de Estado e de Governo da UE em Bruxelas. No entanto, a questão da imigração só deverá ser debatida na sexta-feira e sem a previsão de medidas concretas para atenuar a situação.
A cúpula europeia se centrará amanhã nos aspectos econômicos que mais preocupam os sócios da UE, como aumentar o emprego, o crescimento e a competitividade através da economia digital, da inovação e dos serviços. O desemprego juvenil e o financiamento às pequenas e médias empresas também estarão na pauta do primeiro dia de encontro.
Os chefes de Estado e de Governo da UE também deverão analisar os progressos na união bancária na zona do euro, o reforço da coordenação das políticas econômicas e a "dimensão social" da União Econômica e Monetária.
Com presença confirmada neste grande debate, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, deverá explicar as questões relacionadas à avaliação da qualidade de ativos das entidades bancárias que a instituição prevê realizar no próximo ano antes de assumir seu novo papel de supervisor bancário da zona do euro.
Entre os temas citados, Draghi deverá dar atenção especial ao processo de construção da União Bancária, um aspecto que, segundo o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, os 28 países-membros esperam alcançar conclusões.
Já na sexta-feira, no segundo dia de cúpula, os chefes de Estado e Governo da UE abordarão os fluxos migratórios que chegam à Europa através do Mediterrâneo, principalmente dos países procedentes do norte da África, mas também da África Subsaaariana e da Síria, uma situação que preocupa particularmente a Eurocâmara.
No documento provisório das conclusões que serão aprovadas, os líderes europeus na cúpula chamam os países a refletir sobre como evitar tragédias como as ocorridas em Lampedusa e reunir as opções em comum em relação a uma cúpula extraordinária sobre Justiça e Interior, a qual deverá ser realizada em junho de 2014.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, reivindicou hoje aos Governos "fazer mais" para evitar essas tragédias, embora tenha ressaltado que "não existe uma fórmula milagrosa" para fazer frente ao assunto da imigração.
"É preciso aumentar os esforços europeus e cooperar mais com os países de passagem e origem da imigração", assinalou o presidente da comissão.
A proteção eficaz das fronteiras e das pessoas que chegam pelo mar também foram citadas por Barroso, quem lembrou que a comissão impulsionou novos grupos operacionais com as agências Frontex e Europol.
Social-democratas, liberais, ecologistas e membros da esquerda progressista pediram na Eurocâmara uma lei de imigração em nível europeu, um fato que consideram pendente há mais 15 anos.
Neste aspecto, o líder do S&D, Hannes Swoboda, qualificou como uma "vergonha" o fato dos líderes não terem previsto decisões concretas para evitar novas tragédias até o verão do próximo ano.
Por sua parte, o co-presidente dos Verdes no parlamento europeu, Daniel Cohn-Bendit, afirmou que uma solução mais ampla exigiria mais verbas e lamentou que a Frontex não tivesse um orçamento superior aos 90 milhões de euros atuais.
No outro extremo do plenário, a eurodeputada Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita francês Frente Nacional, disse que os políticos que lançam a mensagem que a UE necessita milhões de imigrantes "devem sentir a culpa de todas as pessoas que se lançam ao mar e correm perigo".
O plenário do PE votou hoje uma resolução que pede aos 28 países-membros da UE que não criminalizar o resgate de imigrantes no mar.
Para a Eurocâmara, a recente tragédia de "Lampedusa deve marcar um ponto de inflexão para a Europa", ao tempo que assinalou que a única maneira de evitar outro drama similar é adotar um enfoque coordenado baseado na solidariedade e na responsabilidade.
Em 2012, segundo dados da agência de vigilância das fronteiras exteriores da UE, mais de 72 mil pessoas chegaram ao continente de maneira clandestina. EFE