Nicósia, 18 mar (EFE).- O Eurogrupo deu nesta segunda-feira ao Chipre sinal verde para uma fórmula mais flexível à taxação dos depósitos bancários particulares, mas pediu uma aplicação imediata, o que não parece iminente, pois o governo de Nicósia ainda deve analisar detalhadamente os novos lances tributários.
Fontes do governo de Nicósia informaram à Agência Efe que na teleconferência do Eurogrupo realizada na tarde de hoje foi dada ao Chipre a flexibilidade de preparar um projeto que seja "mais justo" para os pequenos poupadores, mas que "não assuste" os grandes depositários.
As citadas fontes explicaram que os ministros de Finanças do Eurogrupo pediram ao Chipre que "haja uma aplicação" o mais rápido possível, de preferência amanhã, com resultados imediatos.
Os membros do Eurogrupo reiteraram que o que importa é que o Chipre assuma seu compromisso de apresentar 5,8 bilhões para o resgate mediante a participação dos depositários, e que cabe ao governo de Nicósia definir as divisões tributárias.
"Os esforços continuam para encontrar uma solução mais justa", acrescentaram as fontes, que não quiseram excluir um novo adiamento da votação parlamentar, prevista para amanhã à tarde, e postergada em duas ocasiões.
No comunicado emitido pela presidência do Eurogrupo, se destaca que os ministros de Finanças da zona do euro apoiaram de forma unânime que o Chipre não aplique imposto aos poupadores com depósitos inferiores a 100 mil euros, tal como tinha sido acordado no sábado passado em outra reunião.
A zona do euro "continua pensando que os pequenos poupadores deveriam ser tratados de maneira diferente dos grandes depositantes e reafirma a importância de garantir plenamente os depósitos inferiores a 100 mil euros", disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, na nota.
"As autoridades cipriotas introduzirão maior progressividade ao imposto único sobre os depósitos em comparação com o que foi estipulado em 16 de março", declarou Dijsselbloem em seu comunicado.
O Eurogrupo definiu no sábado que, em troca de um resgate de 10 bilhões de euros, o Chipre deveria fornecer 5,8 bilhões procedentes de um imposto extraordinário de 9,9% sobre os depósitos de mais de 100 mil euros e de 6,7% para os inferiores. EFE