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Eurozona apoia reforma financeira da Espanha mas exige auditoria de bancos

Publicado 14.05.2012, 20:49

Bruxelas, 14 mai (EFE).- A eurozona apoiou nesta segunda-feira a reforma financeira do governo espanhol para sanear os bancos do país, mas pediu que o país acelere a auditoria externa dos ativos imobiliários e dos balanços dos setor.

"Cumprimentamos as medidas anunciadas na sexta-feira por parte das autoridades espanholas para reformar o setor financeiro com o objetivo de aumentar a confiança dos investidores e resolver as vulnerabilidades restantes do setor bancário", afirmou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, ao final da reunião dos ministros de Economia e de Finanças da zona do euro.

"Damos boas-vindas às medidas e as apoiamos plenamente", acrescentou Juncker, que também é primeiro-ministro de Luxemburgo. O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou que os países da eurozona apoiaram "absolutamente" sua reforma financeira.

De Guindos assegurou que encontrou nos parceiros europeus o apoio e a cooperação que esperava, pois "temos que buscar soluções conjuntas a uma situação que é complexa, especialmente causada pela situação da Grécia".

O ministro defendeu que a Espanha "fez tudo o que tinha que fazer" e frisou que a cooperação de todos os países da zona do euro é "vital" neste "momento difícil".

Apesar da satisfação expressada por De Guindos, o Eurogrupo pediu que a Espanha "acelere" a auditoria externa dos ativos imobiliários e dos balanços dos bancos, apesar do governo já ter encarregado duas entidades independentes para fazer uma avaliação da carteira de créditos do setor.

A eurozona também pediu ao governo espanhol que "tome as medidas necessárias para criar mecanismos de ajuda aceitáveis em caso de necessidade".

De Guindos disse que o Estado poderia oferecer a juros anuais ajudas de até 15 bilhões de euro, embora este número inclui o empréstimo de 4,465 bilhões de euros feito pelo Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) em 2010, que não foi pago e se transformou em ações.

Ao ser perguntado se a Espanha dispõe de dinheiro para fazer frente às necessidades dos bancos ou se acha que o país precisará recorrer ao fundo de resgate europeu, Juncker assegurou que o governo "fará o que tem que fazer".

"A rapidez é essencial na atual situação" de pressão dos mercados financeiros sobre a bolsa, os bancos e a dívida soberana, explicou.

O prêmio de risco espanhol, o diferencial entre o bônus nacional a 10 anos e o alemão de mesmo prazo, disparou hoje até 478 pontos básicos, a posição mais alta atingida no fechamento de um pregão desde a implantação do euro.

A bolsa espanhola caiu 2,66% e registrou um novo mínimo anual (6.809,40 pontos), nível de outubro de 2003, afetada pela situação dos bancos e o temor de que a Grécia abandone o euro.

Na opinião do Eurogrupo, a reforma financeira, que exigirá dos bancos espanhóis recursos de 30 bilhões de euros adicionais por sua exposição imobiliária teoricamente saudável, somada a uma consolidação fiscal determinada e a aplicação imediata de reformas estruturais causará "a volta da economia espanhola ao crescimento sustentável e a criação de empregos".

O vice-presidente da Comissão Europeia, Olli Rehn, reiterou que a reforma financeira contém "medidas importantes que deveriam eliminar as dúvidas sobre sua estabilidade".

"Uma reforma rápida e profunda do setor bancário é a pedra angular da resposta da Espanha à crise", disse. Rehn acrescentou que a reforma financeira se soma a consolidação fiscal e as reformas estruturais, o que pode "gerar um crescimento sustentável e mais e melhores empregos, o que é nossa prioridade".

Apesar dos problemas da eurozona e da Espanha, o Eurogrupo ratificou sua estratégia de consolidação, que "continua sendo apropriada e seguirá sendo a pedra angular de nosso plano para corrigir os desequilíbrios fiscais e macroeconômicos, superar a crise e retornar a um caminho de crescimento sustentável", explicou Juncker.

A eurozona insistiu que não há nenhuma contradição entre a consolidação fiscal e políticas de crescimento. Neste sentido, Juncker ressaltou que "chegou o momento para um debate substancial" sobre o tema. EFE

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