Por Jonathan Saul e Parisa Hafezi
LONDRES/DUBAI (Reuters) - A Cargill, a Bunge e outros comerciantes globais suspenderam acordos de fornecimento de alimentos com o Irã, porque novas sanções norte-americanas paralisaram os sistemas bancários necessários para garantir os pagamentos, disseram fontes da indústria e do governo iraniano.
Alimentos, remédios e outros suprimentos humanitários estão isentos das sanções que Washington voltou a se impor este ano, após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer em maio que estava saindo de um acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear iraniano.
Mas as medidas norte-americanas que visam desde vendas de petróleo até atividades de navegação e financeiras, desestimularam muitos bancos estrangeiros de participar de negócios, incluindo de acordos humanitários.
Muitos bancos menores que conseguiram lidar com o Irã sob uma rodada anterior de sanções também interromperam as negociações desta vez.
"Não há nenhuma chance real de ser pago usando os mecanismos existentes e muitos traders internacionais são incapazes de fazer novos negócios no momento", disse uma fonte europeia com conhecimento da situação, que se recusou a ser identificada.
Fontes ocidentais e iranianas disseram que os grupos norte-americanos Cargill e Bunge, além da Olam, de Cingapura, estão entre os que não puderam concluir novos acordos de exportação de trigo, milho, açúcar bruto ou outras commodities, porque os bancos ocidentais não processariam pagamentos com o Irã.
Cargill, Bunge e Olam se recusaram a comentar quando contatados pela Reuters.