Por Marianna Parraga e Humeyra Pamuk e Matt Spetalnick
(Reuters) - O governo dos Estados Unidos está se preparando para impor já na próxima semana novas medidas para sufocar as exportações de petróleo da Venezuela, entre elas uma ação para não renovar a licença da Chevron para realizar negócios com a estatal PDVSA, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.
Os EUA impuseram duras sanções à Venezuela no início de 2019, em um esforço para derrubar o presidente Nicolás Maduro, cuja reeleição em 2018 foi considerada uma farsa pela maioria dos países ocidentais.
Desde então, as exportações de petróleo da Venezuela recuaram em um terço. Ainda assim, mais de um ano depois, Maduro continua no poder, apoiado pelos militares venezuelanos, além de Rússia, China e Cuba.
Frustrado pela manutenção do líder socialista no poder, o governo de Donald Trump aumentou a pressão sobre a indústria petrolífera da Venezuela nas últimas semanas.
Segundo as fontes, que falaram sob condição de anonimato, Washington já alertou a alguns dos clientes da PDVSA para que interrompam trocas de petróleo por combustível para adequação total às novas sanções. As empresas que recebem o petróleo venezuelano como pagamento de dívidas também podem ter que interromper essas transações.
Um período de 90 dias estabelecido por Washington para que as compras externas de petróleo venezuelano sejam encerradas termina em 20 de maio.
"Os EUA estão pedindo que sigamos uma política de zero petróleo venezuelano saindo, zero combustível entrando. Portanto, as trocas permitidas até agora teriam de terminar no prazo de encerramento", disse um executivo de uma cliente da PDVSA.
A Chevron é a maior empresa dos EUA que continua operando no país sul-americano, sob uma isenção especial que permite que siga produzindo petróleo com a PDVSA por meio de diversas joint ventures e comercialize cargas de petróleo venezuelano nos mercados internacionais. Mas a licença da companhia expira em abril.
O porta-voz da Chevron, Ray Fohr, disse que a empresa está "esperançosa" de que a autorização possa ser renovada.
A PDVSA e a Casa Branca não responderam de imediato a pedidos de comentários.
(Reportagem de Marianna Parraga na Cidade do México e Humeyra Pamuk, Alexandra Alper, Matt Spetalnick, Timothy Gardner e Daphne Psaledakis em Washington)