SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de carne de frango e suína devem avançar ante o ano passado, em meio a uma maior demanda da China e asiáticos pelos produtos devido a surtos de peste suína africana que têm dizimado o rebanho de suínos chinês, disse nesta quarta-feira uma associação do setor de carnes.
As exportações de carne de frango do Brasil, maior exportador global do produto, deverão atingir 4,3 milhões de toneladas em 2019, estimou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que projeta aumento de cerca de 200 mil toneladas ante 2018.
Já os embarques de carne suína do Brasil poderão crescer para 720 mil toneladas, versus 646 mil toneladas em 2018, de acordo com dados apresentados a jornalistas pela entidade da indústria, que destacou os impactos da peste suína africana sobre as vendas.
"O principal 'driver' de todos os eventos é a peste suína, está causando uma disrupção na oferta global", disse o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin.
"Falamos muito da China, mas é um processo da Ásia, onde outros países estão sendo afetados pela peste suína", acrescentou.
Segundo a ABPA, o Brasil está disponível para atender à China com maiores volumes, mas seriam necessárias mais plantas habilitadas.
As projeções são conservadoras, ressaltou a ABPA, apontando que além da demanda da China há outros fatores positivos para os embarques, como a recente desvalorização do real frente ao dólar e a boa oferta de matéria prima.
De janeiro a julho, a exportação de carne de frango do Brasil para a China cresceu 21%, para 311 mil toneladas, com os chineses também ampliando compras de outras carnes, na esteira da redução da oferta de carne suína, segundo dados da ABPA.
Já as exportações de carne suína do Brasil para a China no mesmo período cresceram 31%, para 115 mil toneladas, segundo dados da ABPA.
(Por Roberto Samora)