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Exterior cauteloso com continuado temor recessivo leva Ibovespa à queda

Publicado 29.09.2022, 08:48
© Reuters.  Exterior cauteloso com continuado temor recessivo leva Ibovespa à queda
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A persistente preocupação em relação à possibilidade de uma recessão mundial contamina o exterior, após um breve respiro na véspera. O Ibovespa cai desde o começo do pregão ainda influenciado pela política, dada a proximidade do primeiro turno das eleições no Brasil e em meio ao clima já se acirrando em torno do assunto. Além disso, a agenda interna e externa é pesada. O índice já cede para a faixa dos 106 mil pontos, vista pela última vez no começo de agosto.

No Brasil, destaque para o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e para a entrevista do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sobre o relatório de inflação que, segundo analistas, manteve o tom dos documentos recentes do BC. Nos Estados Unidos saíram a terceira leitura do PIB do segundo trimestre e o PCE, indicador de inflação predileto do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA.

O PIB dos Estados Unidos sofreu queda anualizada de 0,6% no segundo trimestre de 2022, de acordo com a terceira e última leitura do dado, ficando dentro do esperado, indicando que a maior economia global entrou em "recessão técnica". Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou à taxa anualizada de 7,3% no segundo trimestre, ante 7,1% no cálculo anterior.

Os investidores avaliam mais uma fala dura da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester. Ela reafirmou que serão necessárias taxas de juros ainda mais altas para conter a inflação. "Veio com um tom mais hawkish, acentuando as perdas dos futuros de Nova York. Além disso, as discussões ante o banco central inglês estão em evidência nos mercados. E ainda há incertezas sobre a guerra", descreve Dennis Esteves, especialista em renda variável da Blue3.

Há pouco, o Ibovespa aprofundou a queda, com a mínima indo aos 106.243,52 pontos (-2,04%), com recuo quase geral na carteira. Perto de 11 horas, apenas três ações subiam, em meio a renovados temores de que grandes bancos centrais continuem elevando juros para conter inflação, o que pode gerar recessão mundial.

"O cenário já estava ruim e azedou após alertas de algumas varejistas nos Estados Unidos de que os juros altos podem comprometer o caixa dessas empresas", afirma Luiz Roberto Monteiro, operador de mesa institucional da Renascença. "Perdeu o último suporte importante, o dos 107.800 pontos, e a tendência é cair mais", diz Monteiro.

Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree, ainda acrescenta a este quadro negativo, as dúvidas eleitorais, que pesam principalmente sobre ações de estatais. "Não sabemos o que o Lula ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas, se vencer, fará. Há um medo de intervenção principalmente no Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) e na Petrobras (BVMF:PETR4)", afirma Jolig. No horário citado acima, Petrobras perdia 1,64% (PN) e ON recuava 1,23%, enquanto BB cedia 1,19%. Eletrobras (BVMF:ELET3) cedia 1,45% (PNB) e 1,99% (ON).

Ontem, o Ibovespa subiu 0,07%, aos 108.451,20 pontos - bem menos do que a elevação de quase 2% da maioria dos índices norte-americanos de ações. "O Ibovespa operou entre perdas e ganhos ao longo do dia, encerrando levemente no positivo acompanhando o bom humor das principais bolsas internacionais, mas ainda em compasso de espera às vésperas da eleição presidencial", cita em nota Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.

Sobre a proximidade das eleições, Esteves, da Blue3, diz ser natural aumento da volatilidade, à medida que os investidores tentam entender os planos principalmente do ex-presidente Lula caso vença o pleito. Isso porque o candidato petista disse que pretende mudar a política de preços da Petrobras e ainda revogar o teto de gastos e criar um novo arcabouço fiscal.

"O mercado está tentando entender como isso se dará se de fato ele vencer. Mas vale lembrar que os papéis da Petrobrás esticaram muito subiram. Além do mais, a estatal passou por várias mudanças na presidência, mas seu estatuto foi mantido. Temos de esperar", afirma o especialista da Blue3.

Após um leve respiro na véspera, a aversão a risco no exterior está de volta. O dólar se valoriza ante pares principais e moedas emergentes. Aqui, sobe para a faixa de R$ 5,42, com alta de 1,33%. O juro do bônus do governo britânico (Gilt) de 10 anos avança. Já a libra se enfraquece frente ao dólar, após a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, defender mais cedo seu polêmico plano de cortes de impostos, que abalou os mercados financeiros nos últimos dias.

"Ontem foi somente um alívio, um pouco de correção mesmo, pois o mercado está bem pessimista. A tendência de queda das bolsas e alta do dólar continua. A Inglaterra está em uma situação difícil", avalia Luccas Fiorelli, planejador financeiro pela Planejar e sócio da HCI Invest.

Além da cautela externa, há certa parcimônia em relação às eleições, que acontecem no domingo no Brasil. O clima já começou a esquentar, enquanto se espera último debate entre candidatas e candidatos à Presidência, marcado para 22h30 na Rede Globo.

Enquanto isso, o TSE determinou ontem que integrantes do Partido Liberal (PL), partido do presidente Jair Bolsonaro, sejam investigados por produzirem um relatório com informações "falsas e mentirosas" sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Às 11h30, o Ibovespa caía 1,72%, aos 106.587,49 pontos.

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