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Farouk al-Oqda renuncia ao cargo de governador do Banco Central egípcio

Publicado 10.01.2013, 20:24
Atualizado 10.01.2013, 20:42

Cairo, 10 jan (EFE).- O governador do Banco Central egípcio, Farouk al-Oqda, anunciou nesta quinta-feira em entrevista coletiva sua renúncia, que foi aceita pelo presidente do país, Mohammed Mursi.

Junto a ele, no mesmo discurso, o porta-voz da Presidência, Yasser Ali, revelou que o líder designou o diretor do Banco Comercial Internacional, Hisham Ramiz, como novo governador, um cargo que assumirá em 3 de fevereiro.

Durante as últimas semanas estava sendo especulada a renúncia de Al-Oqda e, inclusive a televisão estatal chegou a anunciar a noticia em 22 de dezembro, o que foi posteriormente desmentido, devido à crítica situação econômica que o país atravessa.

Em seu discurso, Al-Oqda esclareceu, no entanto, que sua renúncia "não tem relação com a situação do país, mas é uma decisão tomada há tempos pela vontade de abandonar a vida pública".

Da mesma forma, o agora ex-governador sustentou que, apesar das informações que apontavam sua pouca sintonia com o novo governo islamita do país, não teve "divergências com o primeiro-ministro (Hisham Qandil)".

"Qandil é meu amigo e jamais fez intervenções nos assuntos internos do Banco Central", disse Al-Oqda, que ressaltou que é importante que o sistema financeiro seja independente".

Em sua opinião, a economia egípcia é sólida apesar dos "dois últimos anos terem sido muito duros", e considerou que existem elementos que permitirão fazer com o que país saia da crise.

"O problema não é econômico, mas político. Queremos que haja uma estabilidade política e de segurança para alcançarmos avanços, e temos a esperança de que isto seja conquistado nos dois próximos anos, para chegar a 6% ou 7% de crescimento", ressaltou.

A gestão de Al-Oqda, nomeado em dezembro de 2003 pelo ex-presidente Hosni Mubarak, foi caracterizada pela estabilidade na instituição, embora nas últimas semanas o Banco Central se viu no olho do furacão perante a grave crise que o país sofre, marcada pelo déficit público e a escassez de divisas.

Ramiz, que governará o órgão, assegurou na mesma entrevista coletiva conjunta que trabalhará com transparência com o objetivo de criar "um espírito de reforma no Egito".

"A situação não é preocupante e nem está fora de controle", ressaltou sobre a economia do país, e acrescentou que o Banco Central tem "todas as ferramentas para intervir se houver riscos contra o mercado, como a especulação".

Ramiz também assinalou que a situação da libra egípcia, que sofreu uma severa desvalorização nos últimos dias até situar-se em mínimos históricos frente ao dólar, "não é inquietante", já que "é normal que haja altas e baixas e o importante é que exista um equilíbrio no mercado".

Ramiz não deve completar os quatro anos estipulados para o posto, mas dirigirá o órgão até 23 de novembro de 2015, quando finaliza o mandato do atual Conselho de Administração do Banco Central.

Em declarações à Agência Efe, um dirigente do novo "lobby" econômico da Irmandade Muçulmana, Osama Farid, caracterizou recentemente Ramiz como "um economista muito competente no âmbito das políticas financeiras e econômicas". EFE

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