Washington, 19 dez (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ressaltou nesta quarta-feira que "considerações políticas não têm nenhum papel" nas decisões do banco central dos Estados Unidos, que hoje elevaram pela quarta vez os juros no país em 2018.
Em entrevista coletiva posterior ao esperado aumento da taxa, que foi de 0,25%, para um patamar de 2,25% a 2,5%, Powell destacou a independência da instituição em relação a poderes políticos do país, como é o caso do presidente Donald Trump, que em várias ocasiões se declarou contrário à política de elevação dos juros que o banco central adota desde 2016.
"Nada nos dissuadirá de fazer o que acreditamos ser correto", afirmou.
Powell argumentou que a inflação nos Estados Unidos ficou "um pouco abaixo do" previsto, e por isso defendeu a cautela sobre o ritmo do ajuste. Em novembro, o índice de preços ao consumidor se manteve estável, e a taxa referente aos então últimos 12 meses foi de 2,2%, a mais baixa em 1 ano.
Ao falar sobre novas altas, o presidente do Fed admitiu que "há um grau bastante alto de incerteza sobre o caminho e o destino de qualquer aumento".
A última reunião de 2018 do Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central (Fomc, em inglês), que terminou hoje, foi precedida por críticas de Trump à manutenção do plano de elevar gradualmente os juros. O presidente americano, quem propôs Powell como sucessor de Janet Yellen à frente do Fed, pediu ontem que a instituição evitasse "um novo erro".
"Espero que as pessoas no Fed leiam hoje o editorial do "The Wall Street Journal" antes de cometerem um novo erro. Além disso, não deixem que o mercado se torne menos líquido do que já é", disse Trump no Twitter (NYSE:TWTR).
A última vez que os juros de referência nos EUA estiveram na categoria atual foi em março de 2008.