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Fiat, Renault e Toyota engrossam paradas de produção de veículos no Brasil

Publicado 20.03.2020, 17:51
Fiat, Renault e Toyota engrossam paradas de produção de veículos no Brasil
GM
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SÃO PAULO (Reuters) - Fiat Chrysler (FCA), Renault e Toyota engrossaram nesta sexta-feira anúncios de paralisação de produção de montadoras de veículos no Brasil a partir da próxima semana, sinalizando forte queda no PIB do segundo trimestre, uma vez que a indústria automotiva é responsável por cerca de 20% do produto industrial do país.

Mais cedo nesta semana, General Motors (NYSE:GM) e Mercedes-Benz também haviam anunciado paradas, concedendo férias coletivas a milhares de funcionários. Volkswagen e Volvo fizeram o mesmo com suas unidades industriais no Paraná.

A indústria automotiva é responsável por 3% do PIB geral do país e por 18% do PIB industrial. O setor já iniciou contatos com o governo, reforçando o coro de outros segmentos da economia, por medidas que aliviem o impacto causado pela forte queda na demanda provocado pelo pânico em torno do coronavírus.

Nesta sexta-feira, o presidente da General Motors na América do Sul, Carlos Zarlenga, disse em teleconferência com membros do governo federal, que incluiu o presidente Jair Bolsonaro e transmitida ao vivo pela TV pública, que a indústria de veículos "será uma das mais impactadas pela crise". Ele foi um entre vários empresários apresentando a situação para o governo.

Defendendo medidas que ajudem a reduzir o impacto do coronavírus no setor, como garantia de liquidez e redução de custos trabalhistas, Zarlenga afirmou que "Vamos precisar de muita flexibilidade laboral...a ideia é segurar o emprego o máximo possível."

O setor, que emprega cerca de 126 mil trabalhadores no Brasil, tem hoje estoque para 40 dias de vendas, mas com a interdição de uma série de estabelecimentos comerciais, incluindo concessionárias de veículos em várias regiões do país, este inventário passará a representar custo financeiro para o setor, informou a associação de montadoras Anfavea.

A associação começou o ano com expectativa de crescimento do PIB de 2,5% em 2020 e com previsão de alta na produção de veículos de 7,3%, "mas agora elas (estimativas) ficarão como documento histórico", comentou um porta-voz da entidade.

Segundo a Anfavea, até meados desta semana as vendas de veículos novos neste ano estavam subindo em linha com a expectativa de alta de 9,4% em 2020, com licenciamentos de 542.120 unidades. Mas Zarlenga afirmou que as vendas agora "estão caindo de forma repentina. Estamos operando quase 50% menos vendas em todos os Estados".

PARADAS

A Fiat Chrysler afirmou que começa a parar em 24 de março, com paralisação total a partir de três dias depois. A empresa, que tem cerca de 10 mil funcionários no Brasil divididos em três fábricas (Betim-MG, Goiana-PE e Campo Largo-PR), espera retomar a produção em 21 de abril.

Já a Renault vai suspender atividade no complexo industrial de São José dos Pinhais (PR), que abriga quatro fábricas, de 25 de março a 14 de abril, deixando cerca de 7.500 funcionários em férias coletivas. A Toyota, que emprega 6 mil trabalhadores no país, concentrados em São Paulo, para suas quatro fábricas em 24 de março e prevê reiniciar a produção em 6 de abril.

Também na lista de anúncios de paralisações, a Volkswagen Ônibus e Caminhões, que emprega cerca de 4.500 funcionários em um complexo industrial em Resende (RJ), vai interromper atividade entre 30 de março e 20 de abril.

E já de olho na futura queda na demanda dos clientes, a fabricante de pneus Pirelli decidiu suspender por tempo indeterminado a produção na América do Sul, paralisando fábrica na Argentina a partir desta sexta-feira e outras três no Brasil a partir da segunda-feira. A companhia emprega na região cerca de 8 mil pessoas, que entrarão em férias coletivas.

A analista Stephanie Brinley, da empresa de pesquisa de mercado His Markit, afirmou esperar que a produção de veículos na América do Sul caia em cerca de 98 mil unidades entre março e abril. "Tenho certeza que até segunda-feira esse número será revisado", disse ela. "É uma situação muito volátil."

(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Marcelo Rochabrun)

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