RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vê "grandes chances" de a seleção brasileira contar com o atacante Neymar nas primeiras duas partidas das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, que será disputada na Rússia, disse à Reuters nesta quarta-feira o secretário-geral da entidade, Walter Feldman.
Segundo ele, o departamento jurídico da CBF estudou bem o caso e entendeu que a punição de quatro jogos imposta ao jogador, após sua expulsão contra a Colômbia pela primeira fase da Copa América, não pode ser estendida para as eliminatórias, competição organizada pela Fifa e não pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), responsável pela competição continental.
"Vamos entrar com o recurso em breve na Conmebol e na Fifa. Nossa interpretação é que Copa de um continente não tem relação específica com as eliminatórias e Copa do Mundo", disse Feldman à Reuters.
Nos próximos dias, segundo ele, a CBF apresentará esses argumentos às duas entidades e afirmará que as duas partidas que ainda restam da punição de Neymar têm de ser cumpridas em competições realizadas pela Conmebol.
"Essa é a interpretação correta. Qualquer outra é exceção à regra. Para a CBF, Neymar estará apto a jogar logo na primeira partida das eliminatórias... depois de tanto estudar o caso entendemos que a nossa chance é muito grande e boa (de ter Neymar à disposição)", acrescentou.
Neymar cumpriu dois jogos de suspensão durante a Copa América --na vitória diante da Venezuela ainda na primeira fase e na eliminação nos pênaltis nas quartas de final para o Paraguai-- restando, portanto, dois ainda por cumprir.
A CBF teve a chance de recorrer à punição imposta ao jogador do Barcelona ainda durante a Copa América, mas optou por não buscar uma redução da pena imposta ao jogador.
Embora tenha manifestado confiança no sucesso do recurso, Feldman disse que, caso a argumentação da CBF seja rejeitada pela Conmebol e pela Fifa, a entidade pretende ir "a todas as instâncias" para contar com Neymar, principal estrela da seleção, incluindo a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)