Washington, 29 set (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta sexta-feira que distribuirá US$ 2,7 bilhões a seus países-membros, procedentes de lucros extraordinários após a venda de ouro, com a condição de que entreguem 90% ao fundo para programas de ajuda a países em desenvolvimento.
"Este é um grande passo para criar uma base sustentável para nossas importantes operações de empréstimo de caráter concessionário a favor dos países de menor receita", disse a diretora gerente do FMI, Christine Lagarde, em uma nota de imprensa.
Os fundos serão repartidos de acordo com a cota de cada um dos 188 países-membros, que devem garantir que pelo menos 90% seja destinado ao Fundo Fiduciário para a Redução da Pobreza e o Crescimento (PRGT, na sigla em inglês), um mecanismo que oferece créditos sem juros a países em desenvolvimento.
"A estratégia aprovada hoje pelo Diretório Executivo assegura que o FMI estará em melhores condições de ajudar nossos países de menor receita a absorver choques futuros e de respaldar seus esforços para conseguir um crescimento econômico mais forte e sustentável", acrescentou Lagarde.
O aumento destes fundos para países em desenvolvimento foi impulsionado pela diretora do FMI, perante a preocupação que as crescentes contribuições do Fundo para economias avançadas, especialmente para fazer frente à crise de dívida, deixem de lado as necessidades das nações mais pobres.
Estes recursos procedem das vendas de 403,3 toneladas métricas de ouro em 2009-2010, como parte de um plano para garantir o financiamento deste fundo e outros programas do organismo internacional.
Devido aos altos preços mundiais do ouro durante o período em que se realizaram as vendas, que superavam os US$ 850 por onça previstos quando se planificaram as vendas, foi obtido um lucro "extraordinário" de US$ 3,8 bilhões.
Em maio o FMI já repartiu o primeiro pagamento de US$ 1,1 bilhão procedentes deste lucro.
O PRGT tem como objetivo alcançar os US$ 17 bilhões para 2014. EFE