PARIS (Reuters) - O governo francês pediu ao ex-executivo-chefe do Carrefour (SA:CRFB3) que abdicasse de seu pacote de aposentadoria, disse um porta-voz neste domingo, afirmando que ele não deixou o maior varejista da Europa em um estado que mereça um generoso pagamento.
Os acionistas aprovaram o pagamento de 13 milhões de euros a Georges Plassat com mais de 68% dos votos em uma assembleia anual de acionistas na sexta-feira, provocando uma onda de críticas dos sindicatos, das federações de funcionários e do ministro das Finanças.
O Carrefour disse no sábado que Plassat, que deixou o cargo em julho de 2017, decidiu não aplicar uma cláusula em sua demissão, com o qual obteria cerca de 4 milhões de euros por se comprometer a não entrar para um concorrente.
"Quando você fracassou na direção de uma empresa - e esse é o caso - você não sai com 13 milhões de euros. Ele desiste de 4 milhões de euros em uma cláusula de não concorrência aos 69 anos, é uma piada", disse o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, ao canal France 3.
"Ele recebe 500.000 euros em aposentadoria por ano, 40.000 euros por mês, acho que isso é suficiente e ele deveria ter desistido de seu pacote de 13 milhões de euros, a coisa toda, não apenas 4 milhões", acrescentou Griveaux.
Desde a saída de Plassat, seu sucessor Alexandre Bompard teve que anunciar cortes de empregos e fechamentos de lojas para melhorar o desempenho, ao mesmo tempo em que lança uma ofensiva de comércio eletrônico e busca uma parceria chinesa.
Griveaux disse que o pacote de Plassat equivalia a um "comportamento agressivo" e pediu aos sindicatos patronais AFEP e Medef que garantissem que as empresas seguissem suas diretrizes de remuneração dos executivos.
As duas federações disseram no sábado que revisariam suas diretrizes não vinculantes, que a maioria das grandes empresas francesas listadas atualmente segue.
(Por Leigh Thomas)