Por Layli Foroudi e Zhifan Liu
PARIS, 1 Ago (Reuters) - A França planeja retirar centenas de cidadãos franceses e europeus do Níger nas próximas 24 horas, disse sua ministra das Relações Exteriores nesta terça-feira, dias depois que uma junta tomou o poder no país da África Ocidental.
As fronteiras do Níger foram fechadas para voos comerciais desde que militares destituíram o presidente Mohamed Bazoum e seu governo democraticamente eleito na última quarta-feira, no sétimo golpe militar em menos de três anos na África Ocidental e Central.
O golpe provocou choque em toda a região do Sahel, onde os aliados ocidentais do Níger temem perder influência para a Rússia, e aumentou os temores de segurança à medida que grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al Qaeda vêm ganhando terreno na área há anos.
A França mantém tropas no Sahel há uma década ajudando a combater uma insurgência islâmica, mas alguns moradores locais dizem que querem que o ex-governante colonial pare de intervir em seus assuntos.
No domingo, apoiadores da junta queimaram bandeiras francesas e atacaram a embaixada francesa na capital do Níger, Niamei, levando a polícia a disparar gás lacrimogêneo em resposta.
"Considerando o golpe em andamento no Níger e o fato de que a situação continua preocupante, decidimos garantir que os cidadãos franceses que desejam deixar o Níger possam fazê-lo", disse a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, à LCI TV da França, acrescentando que as retiradas seriam feitas por aviões.
Ela estimou que centenas de cidadãos franceses e centenas de cidadãos de outros países da UE querem deixar o local. A retirada começará ainda na terça-feira, disse ela, acrescentando que espera que termine nas próximas 24 horas.
A Itália também afirmou na terça-feira que oferecerá um voo especial para repatriar seus cidadãos de Niamei, e Colonna disse que os países europeus que enviam aviões de retirada coordenarão seus esforços.
Estados Unidos, Alemanha e Itália têm tropas no Níger em missões de treinamento e contra a insurgência. Até o momento, não houve anúncio de retirada de tropas.
(Reportagem de Michel Rose, Sudip Kar-Gupta, Layli Foroudi, Blandine Henault, Charlotte van Campenhout)