Paris, 25 jul (EFE).- A imprensa e as redes sociais francesas estão cobrando nesta quinta-feira que a ex-primeira dama francesa, Carla Bruni Sarkozy, devolva ao Estado os 410 mil euros do dinheiro público (cerca de R$ 1,211 milhão) que o site de sua fundação recebeu.
A página de sua fundação, que é de caráter privado e diz se dedicar à luta contra as desigualdades sociais e a facilitar o acesso à cultura e à educação, foi financiada integralmente com dinheiro do orçamento da Presidência da República de 2011 e 2012, durante o mandato de seu marido, o conservador Nicolas Sarkozy, segundo um relatório do Tribunal de Contas.
O site recebeu exatamente 330 mil euros em 2011 e 80 mil euros em 2012 (R$ 1,211 milhão).
O jornal digital "Rue89" divulgou nesta quinta-feira que o desenvolvimento de um site semelhante não deveria custar mais de 4 mil euros, ou seja, 1% do dinheiro público que o "carlabrunisarkozy.org" recebeu.
Outros veículos de imprensa especializados em internet indicam que o custo não deveria passar de forma alguma de 10 mil euros.
A notícia, que se propagou de forma viral pelas redes sociais, gerou um abaixo-assinado no site "change.org" pedindo que a ex-modelo e cantora doe 410 mil euros à instituições filantrópicas e ressaltando que é um site de "autopromoção". A campanha reuniu em poucas horas mais de 25 mil assinaturas.
Em maio, um deputado conservador perguntou ao Executivo quanto lhe costa ao Estado a atual primeira-dama, Valérie Trierweiler.
O Executivo respondeu que a mulher de François Hollande conta com uma equipe em que trabalham dois colaboradores e três funcionários e cujo orçamento é de 19.742 euros ao mês, inferior aos 36.448 euros mensais que Carla custava ao erário em 2012.
Não é a primeira vez que as subvenções públicas e as fundações em que está envolvida a ex-primeira dama são objeto de polêmica.
Em 2012, Carla Bruni desmentiu que o Fundo Mundial de Luta Contra a Aids, do qual é embaixadora, apresentasse sua fundação de forma irregular cerca de 3,5 milhões de euros (R$ 10,3 milhões), como publicou a revista "Marianne". EFE