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Fundos com exposição à China têm segunda maior entrada de recursos da história

Publicado 04.10.2024, 12:23
© Reuters.
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Investing.com — Fundos de ações registraram entradas de US$ 4,7 bilhões na semana encerrada em 2 de outubro de 2024, enquanto fundos de títulos atraíram US$ 15,7 bilhões, de acordo com nota do Citi divulgada na sexta-feira.

Fundos com exposição à China captaram um robusto volume de US$ 13,9 bilhões, à medida que o mercado se recuperou mais de 20% desde o final de setembro, após o governo divulgar uma série de medidas de estímulo para sustentar a economia em desaceleração.

“Este é o segundo maior fluxo de entrada já observado, atrás apenas dos US$ 20,6 bilhões de fevereiro deste ano”, destacaram os estrategistas do Citi.

O Hang Seng China Enterprise (CEI) disparou 35% desde que atingiu seu menor patamar no mês passado, com grande parte do rali ocorrendo após o pacote de estímulo de grande porte anunciado por Pequim em 24 de setembro. Algumas ações individuais registraram ganhos massivos, dobrando de preço em apenas alguns dias.

Para o futuro, o desempenho das ações chinesas dependerá principalmente da possibilidade de novas medidas de apoio econômico por parte de Pequim.

Os investidores também monitoram atentamente sinais de aumento nos gastos dos consumidores durante um dos principais períodos de feriados do país. Os mercados do continente reabrirão após o feriado da Semana Dourada na terça-feira.

Enquanto isso, fundos dos EUA registraram resgates líquidos de US$ 9,7 bilhões, com a desaceleração dos fluxos em fundos negociados em bolsa (ETFs), e fundos europeus tiveram saídas substanciais de US$ 6,1 bilhões, marcando a maior saída semanal dos mercados europeus desde 2022.

Fundos da União Europeia (excluindo o Reino Unido) e do Reino Unido contribuíram para essas saídas, segundo o Citi. Por outro lado, fundos globais e japoneses conseguiram captar mais de US$ 2 bilhões cada.

Em outros mercados da Ásia, Índia e Filipinas foram os únicos a registrar entradas de capital estrangeiro na semana passada. Já Coreia do Sul e Taiwan experimentaram pequenas saídas.

No Japão, o índice TOPIX enfrentou seis semanas consecutivas de venda por parte de investidores estrangeiros, revertendo a maior parte das entradas registradas no acumulado do ano.

BCA recomenda posição vendida na Índia e comprada em ações da China

Analistas da BCA Research, em nota de sexta-feira,4, aconselham seus clientes a adotar uma postura tática, recomendando posições vendidas em ações indianas e compradas em ações chinesas.

A recomendação da corretora baseia-se em uma previsão de enfraquecimento do crescimento dos lucros corporativos, contração do crédito e aperto fiscal na Índia, fatores que devem levar à subvalorização do mercado de ações indiano nos próximos seis a nove meses.

Os analistas da BCA argumentam que, embora as ações indianas tenham alcançado novos patamares recentemente, estão agora em terreno instável. Eles alertam que os altos múltiplos de avaliação e a queda nos lucros corporativos provavelmente farão com que os preços das ações recuem significativamente nos próximos meses.

As políticas monetárias restritivas adotadas pelo banco central da Índia, aliadas a medidas fiscais rigorosas, estão restringindo a liquidez doméstica.

Essa situação continuará a pressionar os lucros corporativos e as margens, especialmente à medida que o aumento dos custos corrói os ganhos obtidos com os preços de insumos mais baixos dos últimos dois anos.

O ciclo de crédito da Índia, que vinha sustentando o consumo das famílias e o investimento corporativo, entrou em território negativo, adicionando mais pressão à perspectiva de crescimento do país.

A BCA ressalta que as taxas de juros reais permanecem elevadas, mesmo com a queda da inflação, o que prejudica o crescimento do crédito. Com o aperto das condições de crédito e o consumo privado já crescendo em ritmo moderado, a corretora antecipa uma desaceleração econômica adicional.

Em contraste, a BCA vê oportunidades mais promissoras na China, onde as recentes medidas de estímulo governamentais proporcionaram um impulso necessário ao mercado de ações.

As avaliações das ações chinesas estão mais baixas em comparação às da Índia, e as políticas econômicas do país estão agora focadas em estimular o crescimento após um período prolongado de desempenho abaixo do esperado.

Para investidores internacionais em busca de valor relativo dentro dos mercados emergentes, a BCA recomenda uma posição comprada em ações A da China, enquanto adota uma posição vendida nas ações indianas.

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