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FUP quer investimento de US$ 100 bi em Plano Estratégico da Petrobras

Publicado 22.11.2023, 23:15
© Reuters.  FUP quer investimento de US$ 100 bi em Plano Estratégico da Petrobras
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A FUP (Federação Única dos Petroleiros) defendeu nesta 4ª feira (22.nov.2023) que a Petrobras (BVMF:PETR4) destine US$ 100 bilhões para investimentos ao longo dos 5 anos do Plano Estratégico 2024-2028. Segundo a federação sindical, 90% desse montante seriam financiados com recursos próprios (geração de caixa operacional) e 10% com aumento do endividamento.

Em sua argumentação, a entidade cita estudos feitos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que mostram a capacidade de elevação do nível de endividamento da Petrobras em torno de US$ 10 bilhões, sem impactos à saúde financeira da companhia. Atualmente, o limite permitido para endividamento da empresa é de US$ 65 bilhões e a proposta da FUP é aumentar esse limite para U$ 75 bilhões.

Para a FUP, o desenho do novo Plano Estratégico é a oportunidade perfeita para fortalecer o papel da Petrobras na promoção do desenvolvimento, emprego e renda dos brasileiros, buscando a autossuficiência de derivados de petróleo a preço justo e sendo a propulsora da transição energética no Brasil. A federação destacou que essas foram promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Propostas da FUP:

Eis a lista elaborada pela Federação Única dos Petroleiros com as pautas que devem ser priorizadas no Plano Estratégico 2024-2028:

Desenvolvimento da produção de petróleo e gás e Logística com mais Conteúdo Local

  • rever a política de afretamentos das FPSOs (plataformas) para a Bacia de Campos (RJ), buscando a ampliação do número de plataformas próprias, com construção de módulos no país;
  • construção de 25 navios da Transpetro nos estaleiros do Brasil;
  • nas novas licitações de Revit da Petrobrás (como, Marlim Sul), a empresa deveria exigir na licitação um percentual de CL (Conteúdo Local) mínimo, mesmo sendo da rodada 0, que hoje não tem exigência de CL;
  • definição pelo governo federal de uma nova política de conteúdo local mínimo,de 35% na média, e com exigência de percentuais factíveis para as empresas que atuam no Brasil para o desenvolvimento da produção de petróleo e gás.

Novas Fontes de Energia

  • ampliar investimentos em energia limpa, biorrefinarias e chegar a 15% do capex em projetos de baixo carbono;
  • aprovar projetos para produção de hidrogênio verde, de combustíveis verdes no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, com tecnologia desenvolvida pela Petrobras.

Exploração de Petróleo e Gás

  • garantir a segurança e soberania energética do Brasil, até mesmo com a exploração de petróleo e gás natural, uma vez que os combustíveis fósseis, mesmo em cenário otimista de transição energética, continuarão a predominar pelo menos até 2050, segundo especialistas;
  • aprovar o projeto Margem Equatorial para aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade amazônica, as características hidrodinâmicas e geológicas desta região, além de impulsionar a pesquisa, desenvolvimento e inovação da indústria nacional;
  • aprovar o projeto SEAP (Sergipe Águas Profundas), para desenvolver a produção de campos em águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas;
  • retomar os investimentos nos Polos Bahia Terra e Urucu, em novos campos de petróleo e gás em terra;

Refinarias

  • aumentar os investimentos no parque de refino para ampliar a produção de derivados, reduzir importações, promover abastecimento nacional com preço justo, em especial para o gás de cozinha, e promover a descarbonização de alguns processos.
  • reestatizar as refinarias Rlam (Refinaria Landulpho Alves) (BA), Reman (Refinaria de Manaus) (AM), e Six (PR) e RPCC (Refinaria Potiguar Clara Camarão) (RN).

Empresa integrada, subsidiárias e atuação regionalizada

  • no setor de fertilizantes, reabrir a FAFEN-PR, retomar a operação das FAFEN-BA e FAFEN-SE e terminar as obras na FAFEN-MS;
  • reestatizar a BR Distribuidora e Liquigás, além de paralisar o processo de desinvestimentos da TBG (gás) e das UTEs (unidades termelétricas);
  • fortalecer as empresas do sistema Petrobras, potencializando a vantagem competitiva da integração da cadeia produtiva e avaliar possibilidade de incorporações, como no processo de venda de ações da Braskem (BVMF:BRKM5), onde a Petrobras precisa exercer seu direito de preferência na compra.

Responsabilidade social

  • na cadeia produtiva da empresa, priorizar fornecimento de matéria-prima, materiais e serviços oriundos da comunidade do entorno, com qualificação profissional e geração de emprego e renda local;
  • mitigar os impactos sociais e ambientais oriundos das atividades do sistema Petrobrás; ampliar a capilaridade dos projetos socioambientais de que forma que ONGs e movimentos sociais menores consigam participar.

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