Por Maria Alejandra Cardona e Marco Bello
PERRY, Flórida (Reuters) - O furacão Idalia atingiu a costa do Golfo da Flórida nesta quarta-feira com ventos fortes, chuvas torrenciais e ondas fortes antes de enfraquecer, mas direcionando sua fúria para o sudeste da Geórgia, onde enchentes prendiam alguns moradores em suas casas.
Horas depois do Idalia atingir a costa como um poderoso furacão de categoria 3 em Keaton Beach, na região de Big Bend, na Flórida, com ventos de cerca de 201 km/h, as autoridades ainda tentavam avaliar a extensão total dos danos nas áreas mais atingidas.
Imagens de vídeo e fotografias da região mostravam águas oceânicas avançando sobre rodovias e bairros atingidos por extensas inundações ao meio-dia (horário local).
Numa conferência de imprensa no final da tarde, o governador da Florida, Ron DeSantis, disse que não houve relatos imediatos de vítimas fatais do furacão e que parecia que a maioria dos residentes em áreas baixas e vulneráveis tinha acatado as ordens de deixarem esses locais e os avisos para se deslocarem para terrenos mais elevados.
DeSantis falava em Perry, uma cidade que fica a cerca de 35 quilômetros ao norte de onde o Idalia chegou e que sofreu alguns dos piores danos da tempestade. Faltava eletricidade em toda a comunidade, todos os estabelecimentos privados tinham sido fechados e muitas casas ficaram vazias.
Mais de 75 pessoas foram resgatadas das enchentes em Saint Petersburg, informou a cidade na plataforma de rede social X. Um vídeo mostrou duas equipes de resgate em um pequeno barco circulando por um bairro inundado sob fortes chuvas.
Em Valdosta, na Geórgia, cerca de 129 km a nordeste de Tallahassee, equipes de barcos de emergência realizavam resgates de moradores presos em casas, de acordo com a página da cidade no Facebook (NASDAQ:META). Nenhum outro detalhe estava imediatamente disponível.
Tirando sua força das águas quentes do Golfo do México, Idalia desencadeou ventos destrutivos e chuvas torrenciais que deveriam causar inundações de até 5 m de profundidade ao longo da costa do Golfo da Flórida.
No início da tarde de quarta-feira, o olho do Idalia havia deixado a Flórida, disse DeSantis. Ele acrescentou que partes do Estado, especialmente no norte, ainda estavam sendo atingidas por tempestades.
A costa do Golfo da Flórida, a região sudeste da Geórgia e as partes orientais da Carolina do Norte e do Sul podem enfrentar de 100 a 200 milímetros de chuva até quinta-feira, com áreas isoladas registrando até 300 mm de chuva, alertou o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).
As autoridades da Geórgia monitoravam o sistema à medida em que o Idalia entrava no Estado.
"Espero que esteja fora do Estado às 20h desta noite, talvez às 22h, e então poderemos começar a avaliar aqueles que foram atingidos primeiro”, disse o diretor da Agência de Gerenciamento de Emergências do Estado, James C. Stallings, em um briefing nesta quarta-feira.
A característica mais perigosa da tempestade é uma poderosa ressaca de ondas impulsionadas pelo vento, que deverá inundar áreas baixas, disseram as autoridades.
No meio da manhã, uma estação de monitoramento da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional em Steinhatchee, 32 quilômetros ao sul de Keaton Beach, mostrou águas atingindo 2,5 metros, bem acima do nível de inundação de 1,80 metro. Estações na área mais densamente povoada de Tampa mostraram “pequenas inundações” às 10h.
Dois motoristas morreram em acidentes separados relacionados à chuva na manhã de quarta-feira, de acordo com a Patrulha Rodoviária da Flórida. Na coletiva à tarde, DeSantis disse que só sabia de relatos “não confirmados” de mortes causadas pela tempestade.
(Reportagem de Maria Alejandra Cardona em Steinhatchee, Flórida, Marco Bello em Cedar Key, Flórida, Joey Roulette em Tampa, Flórida, Rich McKay em Atlanta, Brendan O'Brien em Chicago, Kanishka Singh, Jeff Mason e Nandita Bose em Washington)