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G7 apoia avanços para união fiscal e financeira na Europa

Publicado 05.06.2012, 17:30
Atualizado 05.06.2012, 17:35

Washington, 5 jun (EFE).- As economias que formam o G7 apoiaram nesta terça-feira os avanços para uma união fiscal e financeira na Europa e se comprometeram a "fiscalizar de perto" os eventos na zona do euro.

Os ministros de Finanças e governadores de bancos centrais dos Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido e Itália realizaram nesta terça-feira uma teleconferência na qual analisaram a crise que atinge a zona do euro e os membros europeus do G7 explicaram as medidas que estão sendo tomadas.

A reunião concluiu com um breve comunicado emitido pelo Departamento do Tesouro dos EUA, país que exerce a Presidência rotatória do grupo, no qual não se anunciam novas medidas.

"Os ministros e governadores do G7 revisaram os eventos na economia global e os mercados financeiros e a resposta política sob consideração, incluídos os avanços para a união fiscal e monetária na Europa", indica a nota.

O Tesouro americano se limitou a acrescentar que o grupo concordou em supervisionar os eventos antes da reunião do G20 em Los Cabos (México), que será realizada nos próximos dias 18 e 19 no México, os dirigentes dos países industrializados se reunirão com seus colegas das principais nações emergentes no G20.

A nota do Tesouro foi um dos poucos comentários publicados após a teleconferência realizada pelo grupo e que tinha causado grande expectativa em meio ao nervosismo pela situação do setor bancário na Espanha e o recente aumento da taxa de risco na periferia da zona do euro.

O outro comentário público proveio do ministro de Finanças japonês, Jun Azumi, que afirmou em Tóquio que os europeus tinham dado garantias de que "responderiam rapidamente" para pôr fim à nova escalada das tensões financeiras na zona do euro.

Segundo outras fontes, não foi abordada a eventualidade de a Grécia abandonar a zona do euro, se triunfam nas eleições do dia 17 de junho os partidos contrários ao plano de resgate negociado por Atenas com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A conferência dos ministros de Finanças do G7 não figurava em agenda alguma até que foi anunciada de forma surpreendente pelo ministro canadense, Jim Flaherty, nesta segunda-feira.

Flaherty justificou a discussão como resposta à preocupação de alguns membros de fora da zona do euro pelas consequências da crise financeira europeia, "especialmente a crise bancária", em referência às dificuldades de alguns bancos espanhóis.

Por sua vez, um porta-voz da Comissão Europeia - órgão executivo da UE - considerou "exagerado" o alarme gerado pela teleconferência do G7. "É um exagero. Não descreveria nenhum desses intercâmbios regulares como extraordinários ou reuniões de alerta pela crise", afirmou o porta-voz de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Amadeu Altafaj, na entrevista coletiva diária da Comissão em Bruxelas.

A situação na Espanha se encontra no epicentro das dúvidas, pois o país registrou na última semana uma disparada de sua taxa de risco.

Os problemas se recrudesceram por causa da crise quanto ao BFA-Bankia, quarto maior banco do país, que teve de ser estatizado e que anunciou necessidades de financiamento de 19 bilhões de euros (US$ 23,56 bilhões), que se somarão aos mais de 4 bilhões de euros (US$ 4,96 bilhões) já injetados na entidade.

As preocupações se multiplicaram com a fragilidade financeira da Europa, com três países recebendo programas de resgate internacional (Irlanda, Grécia, Portugal), o Parlamento de Atenas em pleno impasse político e à espera de novas eleições legislativas, e várias economias em recessão.

No fim da semana passada, após a divulgação da primeira alta do desemprego nos EUA em 11 meses, o presidente americano, Barack Obama, explicou que parte da desaceleração se devia aos eventos na Europa. "Temos uma crise na economia europeia que está tendo impacto no mundo todo e está começando a projetar uma sombra também sobre nós".

Numa conferência em Washington, o subsecretário adjunto de Assuntos Internacionais do Tesouro americano, Mark Sobel, afirmou nesta terça-feira que "o êxito da nova fase da resposta à crise depende da vontade da Europa de pôr em prática ferramentas e processos que sejam capazes de respaldar os países de maneira efetiva e agressiva". EFE

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