Londres, 10 mai (EFE).- Os ministros de Economia do G7, o grupo dos sete países mais industrializados, debatem desde hoje no Reino Unido como garantir a recuperação econômica global, superar a crise da dívida e impulsionar a reforma bancária.
Os responsáveis das finanças do Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália e Japão iniciaram um encontro informal de dois dias em um isolado hotel de Buckinghamshire, que será concluído amanhã com a entrevista coletiva do ministro anfitrião, George Osborne, e o governador do Banco da Inglaterra, Mervyn King.
Devido ao fato de ser um encontro informal, espera-se que a reunião do G7 seja concluída sábado sem a emissão de um comunicado conjunto como é habitual neste tipo de foros, que, ao contrário deste, costumam ser realizados de forma paralela com as reuniões de grupos como o G20 ou do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Esta cúpula se centrará, segundo o Tesouro britânico, no "ativismo monetário, na responsabilidade fiscal e nas reformas estruturais", além da união bancária e a evasão fiscal, tema este último que interessa especialmente ao Reino Unido.
Além dos governadores de bancos centrais e ministros de Finanças de sete países que aglutinam 66% da riqueza mundial, participaram do encontro a diretora do FMI, Christine Lagarde, e o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem.
Como é habitual, com a presença dos governadores das entidades emissoras do Japão, Reino Unido e Canadá - o americano Ben Bernanke nao foi à inaguração - haverá um debate sobre as divisas, mas não estão previstos comentários públicos que diferem dos recentes comunicados do G20.
Em abril, o G20, formado pelos países ricos e emergentes, já assinalou que seus membros se absteriam de entrar em "desvalorização competitivas de divisas" e que não utilizariam as taxas de câmbio para ganhar vantagem nos mercados.
Também pediu para impulsionar a reforma bancária na Europa, outro dos assuntos que dominarão as discussões destes dois dias em Buckinghamshire, junto com a persistente crise na eurozona.
Em sua chegada hoje ao luxuoso Hartwell House em Aylesbury, aos arredores de Londres, o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble, lembrou que, no comunicado de abril, as 20 primeiras economias do mundo se comprometeram a não manipular as taxas de câmbio para gerar mais competitividade.
A política monetária expansiva do Japão para impulsionar a fraqueza de sua moeda frente ao dólar, que hoje era cotado a 101 ienes, será um assunto que voltará a ser tratado pelos ministros do G7, também por parte do G20.
Por sua vez, o vice-presidente da Comissão Europeia e comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, destacou hoje em Aylesbury que nos últimos meses foram reduzidas as tensões entre as divisas e que o G7 se centrará em conseguir uma maior coordenação da política monetária.
Antes do começo da reunião às 11h (horário de Brasília), o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, também afirmou aos jornalistas que agora há mais estabilidade na economia mundial que no ano passado, mas que é preciso escorar a recuperação.
"As boas notícias são que há mais estabilidade e confiança sobre e economia global, mas ainda há muito o que fazer", manifestou Osborne, para quem é preciso "nos estabilizar em garantir a recuperação e não dar por feito, isso é exatamente o que temos que fazer".
O responsável indicou, além disso, que esta reunião oferece uma oportunidade de "considerar o que o ativismo monetário pode fazer em apoio da recuperação, ao mesmo tempo em que mantém controladas as metas de inflação", em referência ao papel dos bancos centrais.
Osborne quer que o Banco da Inglaterra se implique mais em fomentar a recuperação econômica, a mesma linha que defende quem será o novo governador, que já é atual governador do Banco do Canadá, Mark Carney, presente também em Buckinghamshire. EFE
psh/ff