Investing.com – Dinheiro não traz felicidade, mas ninguém vai reclamar se ganhar R$600 milhões no sorteio da Mega da Virada. Apostadores têm até o dia 31 para jogar, buscando garantir a bolada para mudar de vida. Mas, com uma elevação repentina no padrão de vida, o grande vendedor precisa de um planejamento estratégico para que a fortuna se transforme em um legado financeiro duradouro. Por isso, o Investing.com Brasil questionou especialistas em educação financeira sobre o que seria considerado um vencedor mais conservador e um mais gastador - e como investir em cada um dos casos.
Na opinião de Ednar Sacramento, educador financeiro da Rico, um sortudo mais conservador gastaria R$50 milhões e pouparia R$550 milhões, enquanto um moderado teria gastos iniciais estimados em R$150 milhões e guardaria R$450 milhões. Já um vencedor com perfil mais gastador, que teria maior risco de esgotar o patrimônio, teria gastos iniciais de R$300 milhões, sobrando a outra metade. Enquanto isso, Letícia Camargo, planejadora financeira CFP pela Planejar, entende que o mais conservador guardaria em torno de R$ 550 milhões, o moderado ficaria com metade do valor, de R$ 300 milhões, e o gastador deixaria na conta “somente” R$100 milhões.
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Com esses perfis em mente, como investir? O sucesso financeiro após o recebimento do prêmio depende do perfil do ganhador e das escolhas de investimento que serão feitas. Veja alocação sugerida pelos especialistas:
Perfil conservador
O ganhador do perfil conservador não estaria inclinado e gastar todo o valor recebido. Ele deve, segundo o especialista da Rico, “priorizar segurança e estabilidade em busca de proteção do capital gastando pouco do prêmio e aplicando o saldo em investimentos de baixo risco”.
As estratégicas que cabem neste perfil correspondem a títulos públicos atrelados à Selic e Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)+, visando preservar o patrimônio e acompanhar a inflação, além de debêntures de empresas sólidas ou estratégicas, como infraestrutura, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Letras de Crédito Imobiliárias (LCI) e do Agronegócio (LCAs), que oferecem boa rentabilidade para prazos médios e longos. Ainda, Sacramento sugere diversificação por meio de fundos de renda fixa, sem abrir mão da segurança. Para a reserva de oportunidade, pelo menos 1% do montante poupado em investimentos de liquidez diária.
Letícia Camargo, planejadora financeira CFP pela Planejar, indica, para o conservador, distribuição entre renda fixa pós-fixada, além de alguma pequena parte em renda fixa atrelada à inflação. “Títulos atrelados à inflação têm volatilidade, mas se o investidor mantiver os títulos até o vencimento, receberá exatamente os juros contratados na compra e ainda corrigidos pelo IPCA (inflação). Esses títulos estão muito atraentes atualmente”, orienta Camargo.
Perfil moderado
O perfil moderado de um ganhador corresponde àquele que pode querer aproveitar mais para gastar o prêmio assim que receber, mas ainda buscando equilibrar o consumo consciente com a preservação do patrimônio.
Entre as opções de investimento sugeridas pelo especialista da Rico, estão bonds ou fundos globais para diversificação geográfica, considerados como ativos internacionais que são boas alternativas para melhorar os retornos esperados. Ainda, estão ações de empresas consolidadas, lucrativas e com foco em dividendos, além de Fundos Imobiliários (FIIs), que geram renda recorrente com exposição ao mercado de imóveis. Completando o portfólio, estariam os fundos multimercados, que promovem uma diversificação entre renda fixa, ações e câmbio, com volatilidade moderada.
Já a especialista da Planejar ressalta que, para os investidores de perfil moderado, além dos citados para o perfil conservador, é recomendado elevar a fatia de títulos atrelado à inflação e diversificar com uma parte em fundos de investimento multimercado.
Perfil agressivo e/ou gastador
Ostentou, mas ainda guardou. Este perfil prioriza o consumo imediato, mesmo assim não usou todo o prêmio. No entanto, especialistas alertam para o risco de esgotar o patrimônio.
Somando às as alternativas para conservadores e moderados, para um perfil mais arrojado, Sacramento indica alocação em fundos exclusivos, com estratégia multiativos, visando proteger parte do capital por diversificação e gestão especializada, fundos de private equity, investindo em empresas de capital fechado ou em processo de crescimento, com objetivo de gerar retornos através da valorização no tempo, além de ativos alternativos como criptoativos, que podem apresentar crescimentos exponenciais no longo prazo, se houver tolerância ao risco, e um percentual do montante poupado para gerar renda mensal, reduzindo a necessidade de consumir o principal.
O investir com perfil mais agressivo pode diversificar o valor aportado em ações, indica Camargo. “Lembrando, que devido ao patrimônio considerável que terão por conta da Mega Sena, faz sentido diversificar também geograficamente e em moedas estrangeiras, portanto, seria interessante investir em produtos expostos ao exterior. Essa é uma forma também de diversificar e proteger o patrimônio, principalmente em economias e moedas fortes”, completa a especialista da Planejar.
Orientações para todos os tipos de ganhadores
A orientação, seja para quem costuma gastar mais ou menos, é de que o vencedor procure entender sua situação financeira e quais são as necessidades imediatas, como possíveis dívidas, de acordo com a educadora financeira da DSOP, Cintia Senna. Depois, cabe avaliar as oportunidades para que os recursos se mantenham perenes, pelo máximo de tempo possível. Assim, a indicação da especialista é guardar e investir metade do valor.
“Costumamos ver pesquisas de pessoas que já ganharam ou na Mega Sena ou em outras premiações, que esse valor acaba durando pouco tempo na mão dessa pessoa, e a partir disso ela volta para o mesmo patamar ou até numa situação pior. Então, ela pode utilizar esse recurso para trazer, sim, uma qualidade de vida, porém, não esquecendo que esse recurso é finito”, alerta.
O sortudo também precisa estar atento ao quanto já possui de experiência em produtos financeiros, completa Senna. “Não adianta ela querer ir arriscar em produtos ou se aventurar em algo que ela desconhece, porque isso vai fazer com que também ela tenha a tendência de perder esse recurso. Então, num primeiro momento, coloque naquilo que é mais conservador, que traz um pouquinho mais de segurança, menos risco, e com o tempo pode ir conhecendo, estudando o funcionamento desses produtos”, orienta Senna.
Com taxa de juros em patamares elevados, entre as sugestões de alocação, estão ativos como Certificados de Depósito Bancários (CDBs), além de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), estas duas últimas com isenção de imposto de renda. Outros ativos indicados são títulos públicos do Tesouro Direto atrelados à Selic e ao IPCA. No entanto, cabe ficar atento aos prazos e deixar parcela do recurso em ativos mais líquidos, que podem ser resgatados a qualquer momento. As recomendações são voltadas a um perfil mais conservador, mas se houver maior conhecimento e tolerância a risco, pode haver uma migração para ações, principalmente com foco em dividendos, fundos de investimento imobiliário (FII), entre outros ativos, conclui Senna.
Letícia Camargo, planejadora financeira CFP pela Planejar, entende da mesma forma, considerando que é importante entender qual será o novo perfil de gastos depois que recebeu a bolada, levando em conta novos valores para contas como escolas, condomínio, IPTU, funcionários, viagens, roupas, presentes, restaurantes, entre outros.
“Depois de feitas essas contas, importante deixar pelo menos 12 meses desses gastos investidos em produtos conservadores, como Tesouro Selic, CDBs de grandes bancos com liquidez diária e que paguem 100% do CDI ou fundos de investimento referenciados DI com zero de taxa de administração”, considera, indicando este passo a passo para garantia da reserva de emergência antes de verificar o perfil do investidor e focar na estratégia de alocação para maiores ganhos.
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