SÃO PAULO (Reuters) - A Gerdau (SA:GGBR4) vai formar uma joint-venture com as empresas japonesas Sumitomo Corporation e a Japan Steel Works dedicada ao fornecimento a partir de 2017 de componentes para energia eólica, um dos poucos segmentos da indústria com demanda ainda aquecida por aço.
A parceria, a primeira da Gerdau com as duas empresas japonesas, foi aprovada pelo Conselho de Administração da Gerdau nesta quarta-feira. A nova empresa será formada dentro da usina do grupo brasileiro em Pindamonhangaba (SP), que passou por ajustes de produção em 2015, com 180 layoff de funcionários que podem durar até o final deste ano.
O novo empreendimento vai fornecer aços especiais para a produção de componentes para torres de geração de energia eólica, segmento que tem sido alvo de investimentos de grupos siderúrgicos do país.
Em 2013, a ArcelorMittal anunciou iniciativa para produção de torres eólicas que usam concreto armado, esperando dobrar suas vendas de aços longos para parques eólicos. Em dezembro passado, o presidente regional da ThyssenKrupp para América do Sul, Michael Höllermann, afirmou que a demanda da indústria eólica por aço seguia elevada.
A joint-venture da Gerdau com as japonesas também vai produzir cilindros para a indústria do aço e do alumínio, com capacidade total de peças para indústria eólica e cilindros de 50 mil toneladas por ano.
A Gerdau afirmou que a parceria envolverá 280 milhões de reais em investimentos para a aquisição de novos equipamentos de produção. A Gerdau aportará ativos para produção dos cilindros, sem previsão de desembolso de caixa. Segundo o grupo brasileiro, a escolha e Pindamonhangaba deve gerar sinergias uma vez que a fábrica já produzia cilindros e está próxima dos centros de produção de aços especiais do grupo no Estado de São Paulo.
A participação da Gerdau na sociedade deverá ser superior a 50 por cento e a dos outros sócios será definida no fechamento da operação.
A iniciativa se enquadra no chamado projeto "Gerdau 2022", que busca aumento de competitividade do grupo siderúrgico no longo prazo.
"Com a Sumitomo Corporation e a JSW, buscaremos o desenvolvimento de produtos de alta tecnologia para nossos clientes que, consequentemente, geram maiores margens de retorno", afirmou o diretor-presidente da Gerdau, André B. Gerdau Johannpeter, em comunicado.
O grupo brasileiro citou que a capacidade eólica instalada atual no Brasil responde por 6 por cento (8 gigawatts) da matriz de energia elétrica do país e que em 2024, essa fatia deverá alcançar 11 por cento de participação.
A joint venture ainda precisa de aprovação das autoridades concorrenciais. Segundo a Gerdau, a Sumitomo Corporation não tem relação com a Sumitomo Metal, que se uniu à Nippon Steel, um dos controladores da Usiminas (SA:USIM5).
Às 14h23, as ações da Gerdau subiam 1,52 por cento, enquanto o Ibovespa avançava 1,93 por cento.
(Por Priscila Jordão)