Por Joseph White e David Shepardson
DETROIT/WASHINGTON (Reuters) - A General Motors (NYSE:GM) anunciou nesta segunda-feira que vai cortar a produção de modelos com vendas fracas e demitir pessoal na América do Norte, diante de um mercado estagnado para sedãs movidos a gasolina, em uma reestruturação que vai levar mais investimento para veículos elétricos e autonômos.
O anúncio marca a maior reestruturação da maior montadora de veículos da América do Norte desde que foi resgatada pelo governo dos Estados Unidos uma década atrás.
A GM afirmou que assumirá encargos relacionados aos cortes de 3 bilhões a 3,8 bilhões de dólares, mas espera que as ações melhorem o fluxo de caixa livre anual em 6 bilhões de dólares até o final de 2020.
A montadora norte-americana planeja interromper em 2019 a produção em três fábricas em Ohio e Michigan, nos EUA, e Ontário, no Canadá. A companhia também planeja parar de produzir vários modelos montados nestas fábricas, incluindo o Chevrolet Cruze, o Cadillac CT6 e o Buick LaCrosse, disseram fontes.
Duas fábricas de motores e transmissões em Maryland e em Michigan, não têm produtos designados para elas e por isso correm o risco de serem fechadas. A GM também vai fechar duas fábricas fora da América do Norte, mas não detalhou.
A força de trabalho assalariada norte-americana da GM, incluindo engenheiros e executivos, será reduzida em 15 por cento, ou cerca de 8 mil funcionários. A companhia afirmou que vai reduzir o quadro de executivos em 25 por cento para acelerar processo decisório.
As ações da GM subiam cerca de 6 por cento às 14h45 (horário de Brasília), a 37,97 dólares.
A presidente-executiva da GM, Mary Barra, disse que a companhia poderá reduzir um investimento anual em 1,5 bilhão de dólares e ampliar desembolsos em veículos elétricos e autônomos e em tecnologia de veículos conectados. Cerca de 75 por cento das vendas globais da GM virão de apenas cinco arquiteturas de veículos até o início dos anos de 2020.
A montadora planeja reduzir o investimento anual para 7 bilhões de dólares até 2020, ante média de 8,5 bilhões por ano entre 2017 e 2019.
As rivais Ford e Fiat Chrysler também anunciaram redução de produção nos EUA. A Ford anunciou em abril que planejava parar de produzir quase a totalidade de seus carros de passeio na América do Norte.