Por Ismail Shakil
OTTAWA (Reuters) - O Google irá remover dos resultados de pesquisa e de outros produtos no Canadá os links para notícias canadenses quando entrar em vigor a lei que exige que gigantes da internet paguem aos veículos de notícias, pelo uso de seu conteúdo, informou a empresa controlada pela Alphabet (NASDAQ:GOOGL) nesta quinta-feira.
Com isso, o Google se junta à Meta, proprietária do Facebook (NASDAQ:META), ao anunciar o fim do acesso a notícias para usuários canadenses em suas plataformas após a aprovação do projeto de lei, também conhecido como a Lei de Notícias Online, na semana passada. A legislação deverá entrar em vigor em seis meses.
O ministro do Patrimônio do Canadá, Pablo Rodríguez, que apresentou o PL no ano passado, afirmou que as plataformas não têm obrigações imediatas sob a lei e que o governo está aberto a consultá-las sobre o processo regulatório e de implementação.
O setor de mídia do Canadá pediu por uma regulamentação mais rigorosa das empresas de tecnologia para evitar que elas afastem as empresas de notícias do mercado de publicidade online.
"Informamos agora ao governo que, quando a lei entrar em vigor, infelizmente teremos que remover os links para notícias canadenses de nossos produtos de busca, notícia e descoberta no Canadá", disse o Google em comunicado.
"Não tomamos essa decisão ou seus impactos de forma leviana e acreditamos ser importante ser transparente com os publishers canadenses e nossos usuários o mais cedo possível", afirmou.
A lei estabelece regras para forçar plataformas como o Facebook e o Google a negociar acordos comerciais e pagar veículos de notícias por seu conteúdo, medida semelhante a uma lei pioneira aprovada na Austrália em 2021.
O Google argumenta que a lei do Canadá é mais abrangente do que as da Austrália e Europa, pois estabelece um preço para os links de notícias exibidos nos resultados de busca e pode ser aplicado a veículos que não produzem notícias.