Tóquio, 11 jan (EFE).- O Gabinete do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, aprovou nesta sexta-feira um pacote de medidas de estímulo que poderá alcançar 20 trilhões de ienes (US$ 225 bilhões) para revitalizar a estagnada economia do país.
O plano, que ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento, será financiado em parte com um orçamento extraordinário de 13 trilhões de ienes (US$ 147,2 bilhões) para este ano fiscal.
Em entrevista coletiva após a reunião do Gabinete, o primeiro-ministro indicou que a previsão é que as medidas de estímulo deem um impulso de 2% ao Produto Interno Bruto (PIB) e gerem 600 mil empregos.
Desse orçamento extraordinário, 10,3 trilhões de ienes (US$ 115,7 bilhões) serão diretamente destinados ao plano de revitalização, que também irá buscar os investimentos de empresas privadas para potenciar a recuperação.
O Governo prevê gastar 3,8 trilhões de ienes (US$ 42,4 bilhões) para financiar obras públicas e acelerar a reconstrução da região assolada pelo tsunami de março de 2011, o que representa um dos grandes pilares do pacote econômico.
A fim de obter fundos para o orçamento adicional - que deverá ser aprovado pelo Gabinete na próxima terça-feira e pelo Parlamento no princípio de fevereiro -, o Governo planeja emitir nova dívida, em forma dos chamados bônus para a reconstrução, no total de 5 trilhões de ienes (US$ 55,7 bilhões).
Em declarações aos jornalistas, o conservador Abe considerou "sumamente importante" superar a deflação e alcançar "uma sociedade na qual o suor dos trabalhadores possa dar frutos".
A economia do Japão, a terceira mais robusta do mundo, sofre o impacto do arrefecimento global, uma persistente deflação e as consequências da valorização do iene, que diminui a competitividade de suas exportações.
Shinzo Abe, que já governou o Japão durante um ano entre 2006 e 2007, chegou ao poder após vencer as eleições gerais de 16 de dezembro com a promessa de melhorar a maltratada economia japonesa, que se encontra sob a sombra de uma recessão técnica. EFE