Por Aditya Kalra e Munsif Vengattil
NOVA DÉLHI (Reuters) - Um grupo indiano representando Netflix (NASDAQ:NFLX), Amazon (NASDAQ:AMZN) e Disney (NYSE:DIS) disse ao governo da Índia que é impossível para as gigantes do streaming implementar as novas regras de advertência sobre o tabaco e que essas normas afetarão a liberdade de expressão dos criadores de conteúdo, mostrou uma carta vista pela Reuters.
Como parte da campanha antitabaco do país, o Ministério da Saúde da Índia ordenou no mês passado que as plataformas de streaming insiram, dentro de três meses, avisos de saúde estáticos durante as cenas de fumo.
Além disso, a Índia quer pelo menos 50 segundos de avisos antitabaco, incluindo um audiovisual, no início e no meio de cada programa.
A quantidade de conteúdo multilíngue nas plataformas "é muito alta... existe uma impossibilidade prática associada à inclusão de tais avisos em todo o conteúdo", afirmou a carta da Associação de Internet e Dispositivos Móveis da Índia (Iamai).
A associação pediu ao Ministério da Saúde que reconsidere as regras "onerosas", dizendo que uma pesquisa mostrou que os espectadores são indiferentes às representações de fumantes nas plataformas de streaming, conforme mencionado na carta.
A Netflix se recusou a comentar, enquanto a entidade e as outras empresas não responderam de imediato. O Ministério da Saúde da Índia também não respondeu.
Ativistas receberam bem as novas regras da Índia, dizendo que elas desencorajariam o tabagismo em um país onde o tabaco mata 1,3 milhão de pessoas por ano.
Todas as cenas de fumo e consumo de álcool em filmes exibidos nos cinemas e na TV da Índia são obrigadas, por lei, a conter avisos de saúde, mas até então não havia regulamentações para as plataformas de streaming.
(Reportagem de Aditya Kalra)