Por Marcela Ayres
SÃO PAULO (Reuters) - O Grupo Petrópolis, dono das cervejas Itapaiva e Crystal, quer elevar sua participação de mercado neste ano apesar de um cenário que inspira cautela, enxergando oportunidades em regiões ainda pouco exploradas pela empresa.
Citando dados da Nielsen, a gerente de propaganda da companhia, Eliana Cassandre, afirmou que a empresa fechou 2014 com fatia de 12,6 por cento do mercado brasileiro de cervejas, ante 12 por cento em 2013. Líder de mercado, a Ambev responde sozinha por quase 70 por cento do mercado.
Eliana afirmou que a perspectiva da Petrópolis para 2015 é de crescimento da participação, mas evitou dar detalhes.
"Particularmente para o Grupo Petrópolis, temos a vantagem de termos ainda áreas que não temos presença de maneira efetiva e isso gera oportunidades", disse.
"O Nordeste é uma região que representará crescimento e consolidação em 2015 com o pleno funcionamento da fábrica de Alagoinhas, na Bahia, e a inauguração oficial da fábrica de Itapissuma, em Pernambuco", afirmou Eliana, acrescentando que a companhia atingiu fatia de 13,5 por cento do mercado baiano em 2014.
A executiva também citou como pilares de crescimento novos lançamentos no ano, além da parceria fechada com a SAB Miller em 2014, sem dar mais detalhes.
O grupo de origem sul-africana, segundo maior do mundo em cervejas e responsável por rótulos como Miller e Peroni, anunciou em outubro que havia acertado acordo de produção e distribuição com a Petrópolis.
Apesar de enxergar "um momento de cuidados" no Brasil, Eliana ressaltou que o grupo contratou quase 900 pessoas em 2014, "ano de muitas oscilações de mercado", ultrapassando a marca de 24.000 funcionários diretos.
Em um cenário de crise hídrica, o Grupo Petrópolis disse que não está sendo afetado ainda pela escassez de água, pois sua captação para uso industrial é feita em poços profundos, distante de onde é captada a água para o uso das cidades.
LATINHAS DA DISCÓRDIA
Como parte da sua campanha de verão, a companhia lançou esta semana edição limitada de latinhas vermelhas da Itaipava, que já foram responsáveis por uma longa disputa com a Ambev na Justiça.
A Ambev entrou com um processo contra a empresa em 2011 acusando a Petrópolis de copiar a cor da Brahma, o que poderia confundir os consumidores. Em janeiro deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicou reversão de decisão de quatro anos antes, que impedia a Petrópolis de vender latinhas vermelhas.
Segundo Eliana, a companhia avaliará a recepção aos produtos antes de analisar uma eventual extensão da ação.