SÃO PAULO (Reuters) - O Grupo Schahin pediu recuperação judicial, aumentando a fila de empresas que recorreram ao mecanismo, diante do enfraquecimento financeiro gerado a esteira do escândalo de corrupção na Petrobras.
A companhia anunciou nesta sexta-feira que pediu recuperação judicial para 28 empresas do grupo e deixará de operar em engenharia e construção para se focar na área de petróleo e gás.
"A situação vivida decorre principalmente do fechamento dos mercados de crédito nacional e internacional, o que impossibilita o financiamento das atividades das empresas", informou a companhia em nota.
O Grupo Schahin disse que a recuperação judicial envolve um passivo de 6,5 bilhões de reais e que "lamenta" as demissões envolvidas na reestruturação, mas não informou quantas são.
No fim de março, a OAS tinha pedido recuperação judicial de nove empresas e que buscava vender ativos e se focar no segmento de construção pesada em meio à restrição de crédito por conta da Operação Lava Jato, que investiga denúncias de sobrepreços em contratos de empreiteiras com a Petrobras.
Dias antes, a Galvão Engenharia e a Galvão Participações haviam tomado o mesmo caminho, que havia sido aberto pela Alumini, em janeiro.
A Schahin tem origem que remonta à década de 1960 no setor de construção, ampliando o foco para energia em 1986 e telecomunicações em 1991.
No início de março a Petrobras decidiu suspender temporariamente a contratação da Schahin Engenharia, citada como participante de cartel de companhias acusadas de corrupção, segundo as investigações da Lava Jato. No início de abril, a Schahin informou a Petrobras sobre necessidade de parada temporária de cinco unidades de perfuração.
(Por Aluísio Alves)