Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A hidrelétrica de Candonga, no rio Doce, em Minas Gerais, ainda deve levar mais de um ano para retomar a operação, após ser invadida por lama na sequência do rompimento de uma barragem de mineração da Samarco em novembro de 2015, em um incidente que deixou 19 mortos e é considerado o maior desastre ambiental do Brasil.
A projeção foi apresentada à elétrica mineira Cemig (SA:CMIG4) e à mineradora Vale (SA:VALE5), donas da usina, pela Fundação Renova, uma entidade criada pelos acionistas da Samarco que tem concentrado os trabalhos de recuperação do ambiente, ativos e comunidades afetadas pelo incidente.
A Samarco é uma joint venture entre a própria Vale e a mineradora anglo-australiana BHP Billiton.
"A previsão da Fundação Renova é de que possa haver o enchimento do lago em julho de 2018, se conseguirem concluir os trabalhos no prazo", disse à Reuters a área de comunicação da hidrelétrica de Candonga.
A usina, com 140 megawatts em capacidade, está paralisada desde o incidente na barragem, sem gerar energia para o sistema elétrico.
A suspensão da geração de energia acontece para evitar possíveis danos que a lama poderia causar às turbinas, mas segundo o documento visto pela Reuters análises feitas até o momento não indicam comprometimento das estruturas civis do empreendimento.
No início de 2016, relatório de uma consultoria contratada pelas donas da hidrelétrica apontou que o reservatório de Candonga recebeu 9,1 milhões de metros cúbicos em rejeitos de mineração e lama após o rompimento da barragem de Fundão.
Um documento com data de julho visto pela Reuters afirma que devem ser realizados até o final deste ano trabalhos de dragagem e limpeza do canal de jusante da usina. Posteriormente, serão necessários mais entre cinco e sete meses para recuperação das unidades geradoras e demais equipamentos da casa de força da hidrelétrica.