RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Horizonte Minerals firmou contratos de compra de energia renovável com a brasileira Casa dos Ventos para os primeiros 10 anos de seu projeto de níquel Araguaia, em Conceição do Araguaia (PA), onde a produção está prevista para começar no primeiro trimestre de 2024, disse a companhia nesta quarta-feira em comunicado.
Tais contratos fornecerão 100% da demanda de energia esperada durante o período de ramp-up do projeto, que está atualmente em construção, e nos primeiros cinco anos de operação, além de mais de 60% da demanda de energia esperada para os cinco anos seguintes.
"Dado que a energia elétrica representará cerca de um terço do custo operacional do Araguaia, estamos muito satisfeitos em celebrar esses contratos de energia a preço fixo que são 30% menores do que o usado no estudo de viabilidade garantindo que nossos custos operacionais estarão no quartil mais baixo globalmente", disse em nota o CEO da Horizonte Minerals, Jeremy Martin.
"Além disso, em linha com nossa meta de nos tornarmos um dos produtores de níquel com menor CO2 globalmente, esses contratos de PPA demonstram nossa capacidade de atingir esse objetivo", disse o executivo, pontuando ver nesses contratos um importante marco de redução de riscos para o projeto.
Os contratos compreendem três contratos subjacentes com todos os fornecedores que utilizam energia renovável, entregando um preço fixo de 28,4 dólares/MWh durante os primeiros cinco anos e 29,6 dólares/MWh para os cinco anos restantes, excluindo custos de transmissão e outros encargos.
Todos os contratos são precificados em dólares norte-americanos, mitigando qualquer risco cambial, sem correção monetária, disse a empresa.
Esses são os primeiros contratos em dólar firmados pela Casa dos Ventos, elétrica que foi pioneira na exploração de recursos eólicos no Brasil e hoje comercializa energia renovável a um amplo universo de consumidores, principalmente empresas eletrointensivas.
Segundo a Horizonte Minerals, os valores da energia contratada representam um custo estimado de aproximadamente 1.400 dólares/t de níquel quando os custos e encargos de transmissão são incluídos, em comparação com aproximadamente 2.000 dólares/t de níquel utilizado como base para o Estudo de Viabilidade do projeto, representando então uma redução de custos em torno de 30%.
Após um período inicial de ramp-up, o projeto de níquel Araguaia atingirá uma capacidade total de aproximadamente 900.000 toneladas de minério seco por ano para produzir 52.000 toneladas de ferroníquel, por sua vez contendo 14.500 toneladas de níquel por ano, segundo informações no site da empresa.
O produto FeNi será transportado por via rodoviária até o porto de Vila do Conde, no norte do Estado, para venda a clientes no exterior.
(Por Marta Nogueira)