SÃO PAULO (Reuters) - A Hydro Alunorte, do grupo norueguês Norsk Hydro, afirmou nesta sexta-feira que cumprirá "todos os compromissos" acordados com as autoridades do Pará, após ter anunciado nesta semana a interrupção total das atividades na maior fábrica de alumina do mundo, em Barcarena (PA).
Os acordos consistem em um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que incluem investimentos e ações com custos totais de 160 milhões de reais, após a descoberta de despejos ilegais de efluentes não tratados pela fábrica na floresta amazônica, já admitidos pela norueguesa.
"A Hydro vai cumprir todos os compromissos assinados e acordados com as autoridades. A empresa considera os acordos firmados com o governo do Pará e com o Ministério Público um importante avanço para demonstrar seu compromisso com o meio ambiente e com as comunidades e, assim, conseguir voltar ao ritmo normal de operação", destacou em nota enviada à Reuters.
A suspensão das atividades ocorre após a Norsk Hydro ter atestado anteriormente que poderia operar com 50 por cento da capacidade até maio de 2019, o que vinha acontecendo desde março por determinação de autoridades, devido aos despejos ilegais de efluentes. A empresa nega quaisquer danos ao meio ambiente.
Na quarta-feira a empresa anunciou que seu único depósito de rejeitos licenciado (DRS1) estaria próximo de sua capacidade máxima e informou ao mercado que iria cessar as atividades.
A empresa alegou ainda que um embargo das autoridades do Pará impede a Hydro de usar o DRS2, que ainda não tem licença.
A paralisação, segundo a empresa, poderia atingir pelo menos 4,7 mil empregos na região.
Ainda conforme a companhia, o depósito DRS1 está "se aproximando de seu fim de vida para o recebimento de resíduo oriundo dos filtros tambores".
"A empresa tomou então a decisão responsável de encerrar temporariamente 100 por cento de suas operações, devido ao fato de não haver outra área para colocar seu resíduo, uma vez que o filtro prensa e o depósito DRS2 encontram-se embargados", resumiu.
(Por Marta Nogueira)