RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) rejeitou o projeto Vale do Rio Pardo, da mineradora Sulamericana de Metais (SAM), em Minas Gerais, que teria o maior reservatório de rejeitos do Brasil, por inviabilidade ambiental, informou o órgão nesta sexta-feira.
A negativa acontece meses após o rompimento mortal da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana, também em Minas Gerais, que causou o maior desastre ambiental da história do Brasil, deixando pelo menos 18 mortos, um desaparecido e centenas de desabrigados.
O colapso da Samarco, uma joint venture das gigantes da mineração Vale e BHP Billiton, também poluiu o importante Rio Doce, que percorre diversas cidades até o mar capixaba.
O projeto da SAM previa três reservatórios totalizando 2,4 bilhões de metros cúbicos (m³) de capacidade, sendo que apenas um deles poderia receber até 1,3 bilhão de m³ de rejeitos.
Atualmente, o maior reservatório do país é a Barragem do Eustáquio, da Rio Paracatu Mineração, com capacidade de 750 milhões de m³, em Minas Gerais, seguida pela Santarém, da Samarco, com 672 milhões de m³, também no Estado mineiro.
Além do reservatório gigante, o complexo minerário da SAM, nos municípios de Padre Carvalho e Grão Mogol, teria um mineroduto até Ilhéus, na Bahia, e uma estação de desaguamento em território baiano, segundo o Ibama.
O parecer técnico que embasou a decisão do Ibama diz que "os impactos negativos e riscos ambientais aos quais podem estar expostas as comunidades vizinhas e o meio ambiente não permitem que se ateste a viabilidade ambiental do projeto".
Segundo o órgão, a mineradora foi informada sobre a conclusão da equipe técnica em 22 de março.
Procurados pela Reuters, representantes da SAM não foram encontrados para comentar o assunto.
(Por Marta Nogueira)