Investing.com - A Bovespa opera pelo segundo dia no negativo em um movimento de correção das altas das últimas semanas provocada pelo cenário político desfavorável ao governo. Às 11h45, o índice opera em queda de 2,2% abaixo dos 50 mil pontos.
Após as fortes emoções no front político das últimas semanas, a avalanche de notícias de Brasília dá trégua o que arrefeceu os ânimos no mercado. Ontem, o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso desde julho do ano passado, decidiu fazer delação premiada após nova fase da operação Lava Jato que desvendou uma contabilidade paralela dentro da empreiteira para o pagamento de propina. A delação poderá trazer fortes impactos para o governo, assim como para nomes fortes da oposição.
Ainda sobre a Lava Jato, o ministro do STF, Teori Zavascki, determinou o juiz Sergio Moro encaminhasse para a suprema corte a investigação sobre o ex-presidente Lula.
Nos mercados, a Braskem (SA:BRKM5), controlada pela Odebrecht em parceria com a Petrobras (SA:PETR4), tem uma das maiores quedas do Ibovespa, com -6,3%. A ação da companhia fortemente penalizada no início do ano passado com as investigações de corrupção sobre a empresa e a expectativa é que com a delação dos executivos da Odebrecht mais informações surjam sobre o caso, o que poderá causar prejuízos.
A maior queda do dia é das ações da Vale, que despencam 7%, em um novo dia de recuo no preço do minério no mercado chinês. A commodity cedeu quase 1% no porto de Qingdao e é vendida abaixo de US$ 58/t. A Bradespar (SA:BRAP4) cai 5,5%.
As siderúrgicas cedem nesse dia negativo na Bovespa. Usiminas (SA:USIM5) cai 5,7%, seguida por CSN (SA:CSNA3) (-3,8%), Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) (-2,8%) e Gerdau (SA:GGBR4) (-1,6%).
A baixa generalizada das commodities também pressiona as ações da Petrobras, que cedem 4,5% com a desvalorização de 2,7% no preço do petróleo. A ação ainda oscila com os movimentos de ajustes após a divulgação na segunda-feira à noite de prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões em 2015. Apesar do péssimo resultado, os analistas do mercado entenderam como uma opção por limpar a contabilidade da empresa da má gestão das últimas diretorias que aprovaram investimentos em projetos duvidosos como as refinarias no Nordeste.
Os bancos também caem e o IFNC recua 2,1%. Bradesco (SA:BBDC4) ON recua 3,3%, seguido por Bradesco PN 3,1%, Itau (-3%), Banco do Brasil (SA:BBAS3) (-2,9%), Itausa (-2,6%) e Santander (-1,5%).
Dólar
A moeda norte-americana sobe 1,8% frente ao real e é negociada aos R$ 3,64.