Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Após uma abertura mais fraca, o Ibovespa trabalhava com sinal positivo nesta quinta-feira, apoiado principalmente pelo avanço da Petrobras, na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior, em pregão marcado pelo vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista, véspera de feriado prolongado.
Às 11h10, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,26%, a 128.650,41 pontos, após recuar a 127.973,14 pontos na mínima até o momento. Na máxima, chegou a 128.910,6 pontos.
O volume financeiro somava R$3,4 bilhões, com agentes tendo no horizonte feriados na sexta-feira e na segunda-feira no Brasil, que fecharão o mercado no país.
Em Wall Street, as bolsas não mostravam uma tendência única, com o S&P 500 em alta de 0,27% e o Nasdaq Composite com variação positiva de 0,09%, mas o Dow Jones caindo 1,19%, conforme permanecem preocupações sobre os efeitos da nova política comercial dos EUA na maior economia do mundo.
De acordo com head global de Cash Equity Voice Trading do UBS, Zain Nizami, o sentimento dos investidores permanece contido devido à incerteza no cenário econômico.
"As notícias desta semana sobre o impacto significativo na Boeing (NYSE:BA) e na Nvidia (NASDAQ:NVDA) em decorrência das elevadas tensões políticas econômicas destacam a vulnerabilidade das ações norte-americanas em particular", observou Nizami, que fica em Londres, em comentário a clientes nesta quinta-feira.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subia 1,32%, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior. Fontes afirmaram à Reuters que a estatal avalia lançar uma concorrência para escolher uma empresa para operar as suas fábricas de fertilizantes nitrogenados na Bahia e em Sergipe. O conselho de administração da Petrobras deverá se reunir nesta quinta-feira para avaliar a proposta.
- VALE ON (BVMF:VALE3) avançava 0,89%, em dia de variações modestas dos futuros do minério de ferro na China, onde contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian devolveu parte dos ganhos registrados mais cedo e encerrou as negociações do dia praticamente estável, a 707 iuanes (US$96,79) a tonelada. No início da sessão, o contrato atingiu 718 iuanes.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) caía 0,31%, em dia misto para ações de bancos do Ibovespa, com BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuando 0,83% e BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT perdendo 0,32%, enquanto o BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subia 0,16% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) valorizava-se 0,66%.
- YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) disparava 8,22%, endossado por relatório do JPMorgan (NYSE:JPM) elevando a recomendação dos papéis para "overweight" e o preço-alvo de R$10,50 para R$20. Na contramão, COGNA ON (BVMF:COGN3) recuava 0,43%, com os analistas do banco norte-americano cortando a recomendação das ações para "neutra".
- RD (BVMF:RADL3) SAÚDE ON cedia 5,3%, no segundo pregão seguido de queda. Alguns analistas ainda veem um cenário desfavorável de curto prazo para o setor, entre outras razões pelo reajuste baixo do teto de preços dos medicamentos. Na véspera, a Anvisa também decidiu que canetas emagrecedoras só poderão ser vendidas com retenção da receita.
- BRAVA ENERGIA ON avançava 3,14%, tendo no radar relatórios de certificação produzidos pelas consultorias DeGolyer and MacNaughton e Gaffney, Cline & Associates mostrando que a petrolífera tem 479 milhões de barris óleo equivalente (boe) de reservas provadas (1P) e 605 milhões de boe de reservas provadas mais prováveis (2P).
- GPA (BVMF:PCAR3) ON subia 3,59%, recuperando o sinal positivo após duas sessões seguidas de baixa -- período em que acumulou declínio de 8,6%. O varejista disse na véspera que a participação direta e indireta do acionista Rafael Ferri atingiu 5,28% do total de ações ordinárias da companhia. Ele busca um dos assentos no conselho de administração do GPA.
- REDE D’OR ON caía 0,44%, após a rede de hospitais vender sua participação na GSH, empresa de hemoterapia e terapia celular, para a George Holding, da gestora CVC Capital Partners. A George Holding está comprando 98,5% da GSH, incluindo os 41% pertencentes à Rede D’Or (BVMF:RDOR3), em negócio que avalia a GSH em R$1,59 bilhão, sujeito a ajustes de dívida líquida.
(Por Paula Arend Laier)