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Ibovespa cai 0,08%, aos 124,6 mil pontos, apesar avanço da Petrobras

Publicado 25.04.2024, 14:50
© Reuters Ibovespa cai 0,08%, aos 124,6 mil pontos, apesar avanço da Petrobras
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Com apoio de Petrobras (BVMF:PETR4) (ON +2,26%, PN +2,40%) - em tarde de confirmação, na AGO, da distribuição de 50% dos dividendos extraordinários -, o Ibovespa ficou perto de zerar perdas na sessão, mas não conseguiu evitar o sinal negativo pelo terceiro dia consecutivo. Hoje, oscilou dos 123.702,89 pontos aos 124.731,65 pontos, saindo de abertura aos 124.717,88, e fechou em baixa de 0,08%, aos 124.645,58 pontos, com giro a R$ 21,3 bilhões. Na semana, o índice da B3 (BVMF:B3SA3) cai 0,38% e, no mês, cede 2,70% - no ano, as perdas acumuladas pelo Ibovespa estão em 7,11%.

Além dos resultados da Vale (BVMF:VALE3) (ON -2,11%) - e da notícia, também da noite anterior, de que a Anglo American (JO:AGLJ) recebeu uma oferta de fusão não solicitada da BHP Billiton -, o destaque corporativo nesta quinta-feira foi a confirmação de que os acionistas da Petrobras aprovaram, por maioria na AGO desta tarde, a proposta da União de pagamento de 50% dos dividendos extraordinários retidos no início de março: metade dos R$ 43,9 bilhões - ou seja, R$ 21,9 bilhões - que tinham sido encaminhados para a reserva de remuneração, reportam do Rio os jornalistas Gabriel Vasconcelos e Denise Luna, do Broadcast.

Em outro desdobramento importante desta tarde, após o martelo ser batido sobre o pagamento de 50% dos dividendos da Petrobras, o governo decidiu que a outra metade será paga ao longo do segundo semestre, reporta de Brasília a jornalista Célia Froufe, do Broadcast. A data ainda não foi definida, mas, de acordo com fontes do governo, o prazo já foi consensuado com o Palácio do Planalto: em outras palavras, recebeu o "sim" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a crise instalada na estatal por conta da distribuição de dividendos.

O impulso às ações da estatal, contudo, foi insuficiente para se contrapor ao sinal não apenas de Vale mas também de outros pesos-pesados, como os grandes bancos, com destaque para Santander (BVMF:SANB11) (Unit -2,43%) e Itaú (BVMF:ITUB4) (PN -0,56%). Na ponta perdedora do Ibovespa na sessão, Hypera (BVMF:HYPE3) (-5,66%), Iguatemi (BVMF:IGTA3) (-5,04%) e Allos (-4,91%). No lado oposto, Cogna (BVMF:COGN3) (+7,50%), Yduqs (BVMF:YDUQ3) (+5,73%) e Petz (BVMF:PETZ3) (+3,00%).

"Foi mais um dia difícil para os mercados globais, com os dos Estados Unidos ainda digerindo resultados corporativos não muito bons, como os de Meta, com efeito em especial para o Nasdaq (-0,64%). E, no macro, uma leitura preliminar de PIB americano no primeiro trimestre, que sugere um quadro semelhante ao de estagflação, ainda que de fato não seja. Mas a atividade abaixo do esperado e a inflação no trimestre, acima do que se projetava, geraram mal-estar muito grande, com impacto na curva de juros, elevando o rendimento dos Treasuries de 2 anos mais correlacionados à perspectiva de curto prazo para a política monetária nos EUA a 5%, na máxima do dia", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. "A narrativa não muda, e não deve mudar tão cedo", acrescenta.

A volatilidade e o nervosismo tendem a persistir até o fechamento da semana ao menos, tendo em vista que, nesta sexta-feira, serão conhecidas novas leituras sobre a inflação no Brasil (IPCA-15) e também nos EUA (PCE, a métrica preferida do Federal Reserve para monitorar os preços ao consumidor). "No ambiente doméstico, parece haver algum apaziguamento na relação entre governo e Congresso, o que contribui para moderar um pouco a percepção ruim que veio com a revisão das metas fiscais", ressalva o analista.

"Houve cautela, desde cedo, com a leitura sobre o PIB americano, em desaceleração de ritmo apesar da resiliência que tem sido vista na atividade como também no mercado de trabalho em um ambiente de juros ainda altos", diz Guilherme Jung, economista da Alta Vista Research. Ele acrescenta que uma taxa de crescimento mais lenta e, ainda assim, saudável não deixa de ser um sinal positivo para os mercados, ao se levar em conta a busca por ambiente desinflacionário na maior economia do mundo.

Nesse contexto, se o PCE, amanhã, mostrar leitura significativamente superior ao esperado, especialmente com relação ao desempenho do setor de serviços, o aquecimento de preços pode resultar em Fed duro, hawkish, optando por apenas um corte de juros no último trimestre - ou mesmo deixando para reduzi-los em 2025, e não mais este ano, acrescenta o economista da Alta Vista, lembrando que o comitê de política monetária do BC americano volta a se reunir na próxima semana.

"Pela análise do PCE trimestral divulgado na manhã de hoje, junto com o PIB, é possível que venha amanhã um PCE de março mais pressionado. O mercado está indeciso com os diversos dados divulgados ao longo da semana: uma hora impacta de forma negativa, na outra, positiva. Definitivamente, o divisor de águas será o PCE de março, que será divulgado nesta sexta-feira", diz Cleide Rodrigues, analista-chefe da Money Wise Research.

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