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CORREÇÃO-Ibovespa cai mais de 1% com aversão global ao risco; petrolíferas disparam

Publicado 13.10.2023, 17:10
© Reuters. REUTERS/Amanda Perobelli
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(Corrige 7º parágrafo para esclarecer que, dos principais índices de Wall Street, apenas Nasdaq e S&P 500 caíram)

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda consistente nesta sexta-feira, diante da aversão global ao risco em meio ao conflito no Oriente Médio e a preocupações econômicas, e também influenciado por um ajuste local no retorno do feriado.

Vale foi o maior peso negativo ao índice, enquanto Petrobras, Prio e 3R Petroleum dispararam acompanhando o salto de mais de 5% nos preços do petróleo, o que limitou as perdas do índice.

O Ibovespa fechou em queda de 1,11%, a 115.754,08 pontos, após quatro altas seguidas. Na mínima do dia, o índice cedeu a 115.658,27 pontos e, na máxima, foi a 117.070,35 pontos.

O volume financeiro somou 21,2 bilhões de reais, contra média no ano de 25 bilhões de reais e média em outubro (até o dia 11) de 19,2 bilhões de reais.

Na semana, o índice acumulou alta de 1,39%.

"De manhã, o Ibovespa teve um ajuste ao que foi o mercado ontem", disse Gabriel Mota, assessor de renda variável da Manchester Investimentos, citando impacto negativo de dado de inflação maior que o esperado nos Estados Unidos divulgado na quinta-feira. "O que intensificou um pouco mais a queda à tarde foi a escalada de tensão em Israel e Gaza", acrescentou.

Em Wall Street, Nasdaq e S&P 500 caíram nesta sexta-feira, revertendo abertura positiva na esteira de balanços de JPMorgan (NYSE:JPM), Citi e Wells Fargo (NYSE:WFC), uma vez que o conflito no Oriente Médio e dado fraco de confiança do consumidor nos EUA pesaram na confiança dos agentes financeiros. O S&P 500 recuou 0,50%, enquanto o Nasdaq perdeu 1,23%.

Israel disse ter realizado ataques com tanques e infantaria em Gaza, no primeiro anúncio de mudança de ofensivas aéreas para terrestres, após investida do Hamas na semana passada no sul do país. Alguns moradores de Gaza estavam abandonando suas casas nesta sexta depois que Israel ordenou que mais de um milhão de pessoas deixassem a metade norte da Faixa de Gaza em 24 horas.

O anúncio de Israel elevou a cautela de investidores, impulsionando o petróleo, que já estava em alta, para um ganho de quase 6% no dia, com temor de que o conflito possa se expandir de modo a impactar a oferta da commodity em países próximos. Além disso, gerou procura por ativos considerados seguros, como o dólar e o ouro.

Apesar de ter ajudado a impulsionar as ações de petrolíferas, a alta dos preços do petróleo também trouxe algum início de preocupação com a inflação global. "Se esse aumento de preço vier para ficar, no médio prazo, essa defasagem terá que vir para os preços dos derivados", disse Victor Luiz Martins, analista sênior da Planner Corretora.

Incertezas que envolvem o conflito no Oriente Médio também fizeram com que investidores procurassem não tomar tanto risco antes do final de semana, o que influenciou na maior cautela da sessão, disseram analistas à Reuters.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) saltou 3,3%, a 36,28 a reais, diante da alta do petróleo no exterior. O Brent disparou 5,69%, para 90,89 dólares o barril, após Israel iniciar ataques por terra em Gaza, elevando temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio. No setor, 3R PETROLEUM ON (BVMF:RRRP3) se valorizou 3,19% e PRIO ON ganhou 5,04%. Na véspera, o Brent fechou levemente no azul.

- CASAS BAHIA ON cedeu 8,2%, a 0,56 real, enquanto GRUPO SOMA ON perdeu 7,26%, a 5,62 reais, e NATURA&CO ON caiu 7,01%, a 13,8 reais, em dia de queda generalizada no varejo, em meio ao avanço dos juros futuros.

- EZTEC (BVMF:EZTC3) ON cedeu 4,5%, a 16,35 reais, tendo tocado mínima intradia em cinco meses, em meio à queda de papéis do setor e após a construtora divulgar prévia operacional na noite de quarta-feira. A companhia exibiu recuo de 26,5% nas vendas brutas no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2022, e lançamentos de 85 milhões de reais, ante patamar de 474,5 milhões de reais no segundo trimestre.

- VALE ON (BVMF:VALE3) perdeu 1,14%, a 66,59 reais, após duas altas seguidas. O minério de ferro teve pregão sem direção comum nesta sexta-feira, com queda na bolsa de Cingapura, mas alta na bolsa de Dalian. Dados mistos da economia chinesa também estiveram em foco. Na quinta-feira, o preço da commodity subiu mais de 1% em ambas as localidades.

- SUZANO (BVMF:SUZB3) ON subiu 3,37%, a 58,56 reais, enquanto KLABIN UNIT (BVMF:KLBN11) teve ganhos de 1,46%, a 23,58 reais, em meio à alta do dólar ante o real.

© Reuters. REUTERS/Amanda Perobelli

- GETNINJAS ON (BVMF:NINJ3), que não faz parte do Ibovespa, disparou 14,52%, a 4,81 reais, após a gestora de ativos Reag alcançar uma participação de 25% na companhia, acionando mecanismo que obriga a realização de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) aos demais acionistas.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 1,04%, a 27,69 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdeu 1,5%, a 14,49 reais, com bancos acompanhando humor mais negativo da sessão.

(Por André Romani)

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