Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava o Ibovespa em alta na manhã desta sexta-feira, ensaiando quebrar uma série de cinco pregões fechando no vermelho, em movimento favorecido pelo viés tranquilo no cenário externo e recuperação das ações de bancos.
Às 11:43, o Ibovespa subia 0,41 %, a 116.416,93 pontos. Nos últimos cinco pregões, o índice contabilizou uma perda de 2,2%.
O volume financeiro era de 3,077 bilhões de reais.
"Nosso mercado, ainda sem rumo em janeiro, pode ter um melhor desempenho hoje", afirmou a equipe da Planner, citando que sinais de que Estados Unidos e Irã se afastaram de ameaças deram novo ânimo aos mercados de risco.
"Além disso, na semana que vem está prevista a assinatura do documento para o acordo comercial entre EUA e China", acrescentou.
Dados norte-americanos nesta sexta-feira mostraram que o crescimento do emprego desacelerou mais do que o esperado em dezembro, mas o ritmo de contratação continua suficiente para manter o ritmo da expansão norte-americana.
Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,20% logo após o início dos negócios.
No Twitter, o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, avaliou que, no curto-prazo, na ausência de outros eventos no dia, o relatório de emprego dos EUA traz números bons para ativos emergentes e para um dólar mais fraco no mundo.
Da pauta brasileira, o choque da alta no preço da carne pressionou a inflação oficial do país no ano passado e o IPCA terminou 2019 acima do centro da meta oficial, com alta de 4,31%, mas dentro do limite pelo quarto ano seguido.
Em dezembro, o IPCA teve alta de 1,15%.
Para a equipe do Safra, a boa notícia é que alta de dezembro se concentrou em carnes e cuidados pessoais. Ele reiteraram a previsão de queda de 0,25 ponto percentual para a taxa Selic na próxima reunião do Copom, em fevereiro.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 0,7%, endossando a recuperação do Ibovespa, após recuar nos últimos cinco pregões, acumulando no período uma perda de mais de 8%. BRADESCO PN (SA:BBDC4) mostrava elevação de 0,3%, com todas as ações de bancos na composição do índice no azul.
- WEG ON (SA:WEGE3) tinha alta de 2,6%, após duas quedas seguidas, período em que acumulou declínio de mais de 5%.
- NOTRE DAME INTERMÉDICA ON subia 2,4%, no primeiro pregão após divulgar que seu conselho de administração aprovou programa de recompra de até 3,4 milhões de ações, equivalente a 0,6% do capital social da companhia. O anúncio vem cerca de um mês após oferta de ações da empresa, que movimentou o equivalente a 5 bilhões de reais e consistiu na distribuição primária de 65 milhões de ações e distribuição secundária de 22,75 milhões de papéis.
- CIELO ON (SA:CIEL3) valorizava-se 1,5%, após forte queda na véspera, a quinta consecutiva, ampliando as perdas no mês para quase 12%. O analista do Bradesco BBI Victor Schabbel, ex-executivo na Cielo, cortou na quinta-feira a recomendação do papel a 'underperfom' e reduziu o preço-alvo a 6,5 reais, citando que pressões sobre os resultados da empresa devem continuar e que um potencial 'upside' das renegociações sobre incentivos não deve ser suficiente para mudar a perspectiva.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) caíam ambas 0,2%, tendo de pano de fundo fraqueza nos preços do petróleo no mercado externo.
- VALE ON (SA:VALE3) avançava 0,2%, acompanhando o tom positivo também no setor de mineração e siderurgia na Europa.
- SUL AMÉRICA UNIT recuava 0,9%, após renovar cotação recorde intradia mais cedo, a 65,18 reais. Até a véspera, quando o fechou na máxima histórica de 64,92 reais, as units acumulavam valorização superior a 8% em janeiro.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) perdia 0,4%, também experimentando um ajuste de baixa, após ganho de mais de 7% nos dois pregões anteriores. Em 2020, a alta até a quinta-feira somava 16,75%.