SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda de mais de 3% nesta sexta-feira, o tendo um desempenho negativo no acumulado do mês, marcado por recordes, mas também aumento das preocupações com ruídos políticos e riscos fiscais no país, além do avanço alarmante da pandemia de Covid-19 no mundo, apesar das vacinas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 3,2%, a 115.079,99 pontos, acumulando queda de 1,96% na semana e declínio de 3,3% em janeiro, segundo dados preliminares. Foi a maior queda diária desde o recuo de 4,25% em 28 de outubro.
O volume financeiro somava 29,9 bilhões de reais.
O último pregão do mês teve como pano de fundo fortes perdas em Wall Street, na esteira de dados menos animadores sobre a eficácia da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) (SA:JNJB34), além de desconforto com a disputa entre 'hedge funds' e investidores de varejo, que adicionou ainda mais volatilidade aos negócios.
Da cena brasileira, a possibilidade de uma greve de caminhoneiros a partir de segunda-feira, embora a categoria continue dividida sobre a paralisação, trouxe de volta memórias do efeito nocivo do movimento de maio de 2018 na economia, reforçando a cautela antes do fim de semana.
A sexta-feira também teve alerta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o risco de manipulação de mercado, um dia após os papéis do IRB Brasil RE (SA:IRBR3) dispararem com investidores mostrando intenção de replicar estratégias do caso da GameStop (NYSE:GME) nos Estados Unidos.
Após o alerta generalizado da CVM e também atuação da B3 (SA:B3SA3) envolvendo as ações da resseguradora, IRB Brasil RE ON mostrava queda de 5,7% no final do pregão, entre as maiores perdas do Ibovespa na sessão.
Uma das únicas altas do Ibovespa foi Braskem PNA (SA:BRKM5), com elevação de 2,4% antes do ajuste. Calendário do site de relações com investidores da empresa anuncia teleconferência na segunda-feira relacionada aos eventos geológicos em Maceió (AL).
(Por Paula Arend Laier)