Ibovespa emenda 7ª queda seguida com tarifas dos EUA ainda em foco

Publicado 15.07.2025, 17:16
Atualizado 15.07.2025, 18:15
© Reuters. Painel eletrônico na B3, em São Paulon04/04/2025 REUTERS/Amanda Perobelli

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou quase estável nesta terça-feira, após uma sessão volátil em que chegou a atingir seu menor patamar em mais de um mês, ampliando sua sequência de quedas para sete com a pressão de papéis de peso como os de Vale e Petrobras.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com variação negativa de 0,04%, a 135.250,1 pontos, tendo marcado 134.380,16 pontos na mínima do dia, menor patamar desde 9 de junho. Na máxima, chegou a 136.021,52 pontos. O volume financeiro somou R$18,1 bilhões.

No Brasil, seguiram no radar as discussões em torno das tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o governo trabalhará para reverter "o mais rápido possível" a tarifa, ponderando que o país poderá pedir mais prazo para negociar.

O governo também publicou nesta terça decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade.

A audiência de conciliação promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) entre o governo e o Congresso Nacional sobre o IOF, por sua vez, terminou sem acordo, com os dois lados apontando que preferem aguardar a decisão judicial.

Ambas as pautas têm estado no centro das atenções do mercado, adicionando cautela aos negócios diante da falta de definições concretas. "O mercado está optando por aguardar mais informações, ainda não quer ter um posicionamento dinâmico", disse Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos.

Em contraste, o índice de tecnologia Nasdaq subiu e registrou seu mais recente recorde nesta terça-feira, apoiado por um salto nas ações da Nvidia (NASDAQ:NVDA), embora outros índices de referência de Wall Street tenham fechado em baixa, sem que dados relevantes de inflação e uma série de balanços corporativos de bancos conseguissem entusiasmar investidores.

DESTAQUES

- MRV&CO ON (BVMF:MRVE3) perdeu 2,87%, após chegar a recuar quase 8% mais cedo no pregão, depois que a construtora divulgou seus dados operacionais referentes ao segundo trimestre. Analistas do BTG apontaram para o consumo de caixa acima do esperado das operações brasileiras da MRV&Co no período, de R$102 milhões, com queima de R$80,7 milhões na incorporação, R$30,1 milhões na Luggo, mas geração de R$8,7 milhões na Urba. "O segundo trimestre foi misto (dados operacionais sólidos, mas fluxo de caixa fraco)", afirmaram os analistas em relatório.

- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 2,62%, na segunda sessão de declínio e respondendo por uma das principais pressões baixistas para o índice da bolsa brasileira. O movimento veio na contramão dos ganhos do minério de ferro no dia, cujo contrato de setembro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações diurnas com alta de 0,26%, a 766,5 iuanes (US$106,92) a tonelada.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) fechou com variação negativa de 0,78% e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) recuou 1,14%, com respaldo do declínio nos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent cedeu 0,72%, a US$68,71.

- SUZANO (BVMF:SUZB3) ON avançou 1,1%, tendo como pano de fundo comentários do diretor-geral para as Américas, Guilherme Miranda, de que a fabricante de papel e celulose ainda não viu qualquer impacto relacionado ao anúncio do governo dos EUA de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mas está trabalhando na formação de estoques nos EUA como uma estratégia de hedge.

- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) subiu 1,06%, entre as principais contribuições positivas para o Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) também fechando no azul, com altas de 0,34% e 2,28%, respectivamente. Na ponta oposta, BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT perdeu 0,91%, BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) recuou 0,06%.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) subiu 0,57%, interrompendo uma sequência de seis quedas seguidas, após um pregão volátil onde mudou de sinal várias vezes, tendo no radar comentários do presidente-executivo, Francisco Gomes Neto, de que a tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre o Brasil pode ter um impacto na receita da empresa semelhante ao da crise da Covid-19. Ele acrescentou que estima-se um custo adicional de cerca de US$9 milhões por avião exportado aos EUA em função das tarifas.

- MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) subiu 2,61% e BRF ON (BVMF:BRFS3) fechou estável, com nova data para realização das assembleias que votarão a fusão das empresas: 5 de agosto. No setor, MINERVA ON (BVMF:BEEF3) teve alta de 1,33%. O presidente da Associação Brasileira de Carne Bovina (Abiec), Roberto Perosa, disse à Reuters nesta terça-feira que os frigoríficos brasileiros estão avaliando se farão novos embarques de carne bovina para os Estados Unidos diante das tarifas de Trump sobre o Brasil. Os EUA são o segundo maior mercado para a carne bovina brasileira, depois da China.

- RAÍZEN PN (BVMF:RAIZ4) caiu 1,31%, revertendo abertura positiva após informar que decidiu descontinuar operações da Usina Santa Elisa, em São Paulo, por tempo indeterminado como parte de sua estratégia de reciclagem de portfólio. Ao mesmo tempo, a São Martinho (BVMF:SMTO3) anunciou que comprará aproximadamente 10.600 hectares de cana de contratos da Usina Santa Elisa por até R$242 milhões. SÃO MARTINHO ON fechou com alta de 3,67% e COSAN ON (BVMF:CSAN3) avançou 1,59%.

- LWSA ON (BVMF:LWSA3) subiu 4,51%, entre as principais variações positivas do Ibovespa. Analistas da XP (BVMF:XPBR31) projetaram resultados sólidos para a companhia no segundo trimestre, com Ebitda de R$67 milhões (+17% ano a ano) e lucro líquido de R$21 milhões. A empresa prevê divulgar seu resultado em 14 de agosto.

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