Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa futuro com vencimento mais curto avançava nesta terça-feira, tendo de pano de fundo novos acenos do governo buscando acalmar investidores e reiterando a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, bem como compromisso com as contas públicas.
Por volta de 09:30, o contrato do Ibovespa que vence em 14 de outubro tinha elevação de 1,53%, a 101.325 pontos.
Na noite de segunda-feira, Guedes afirmou que a confiança entre ele e o presidente Jair Bolsonaro é recíproca, embora tenha admitido que seu posto é difícil. Ele também afirmou que ninguém estava querendo furar teto.
Em paralelo, o presidente Jair Bolsonaro disse à CNN que a saída do ministro "nunca foi cogitada". Bolsonaro também citou que ele e o ministro estão alinhados na decisão de que há "possibilidade zero de furar o teto de gastos".
As declarações do Guedes e Bolsonaro foram feitas no final de um dia em que ruídos sobre eventual saída do ministro fizeram o Ibovespa fechar abaixo de 100 mil pontos. As especulações têm ganhado força após debandada da Economia e aumento de pressões por mais gastos públicos.
A sinalização de Guedes 'compra tempo' no mercado, principalmente dada a resiliência de bolsas no exterior, mas o comportamento na segunda-feira sugere que talvez seja necessária uma ação mais concreta de curto prazo que acalme preocupações principalmente sobre o cenário fiscal do país.
No exterior, os futuros acionários norte-americanos trabalhavam em território positivo, com a Home Depot corroborando um viés otimista a uma série de balanços empresariais de grandes varejistas.
Entre as commodities, os futuros do minério de ferro saltaram nesta terça-feira, com ganhos tanto na bolsa chinesa de Dalian quanto em Cingapura, em meio a expectativas de que o uso de aço na China deve seguir firme nos próximos meses, compensando uma demanda fraca no exterior.