Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa não firmava um sinal nesta sexta-feira, após renovar mínima desde 2020 mais cedo com números sobre a economia chinesa endossando preocupações acerca do crescimento econômico global, enquanto Wall Street influenciava positivamente.
Às 11:56, o Ibovespa subia 0,17%, a 96.282,7 pontos, após atingir 95.266,94 no pior momento, menor patamar desde 3 de novembro de 2020. Na máxima, chegou a 96.420,16 pontos.
Com tal desempenho, o principal índice da bolsa paulista caminha para um declínio ao redor de 4% na semana, marcada por mudanças nas expectativas de aperto monetário pelo Federal Reserve, além dos temores de recessão mundial.
O volume financeiro nesta sexta-feira somava 6,9 bilhões de reais, influenciado também pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações na B3 (BVMF:B3SA3).
Na China, a economia desaqueceu acentuadamente no segundo trimestre, com queda de 2,6% no PIB do segundo trimestre versus os três meses anteriores. O desempenho foi pior do que o declínio de 1,5% esperado por analistas.
Na comparação anual, o PIB chinês cresceu 0,4% entre abril e junho, o pior desempenho desde que a série de dados começou em 1992, excluindo uma contração de 6,9% no primeiro trimestre de 2020 devido ao choque inicial da Covid-19.
Wall St tinha uma sessão positiva, amparada em dados sobre o varejo norte-americano melhores do que as previsões, bem como alta das ações do Citigroup (NYSE:C) após balanço, embora a produção manufatureira tenha contraído acima do esperado. O S&P 500 subia 1,4% em Nova York.
Para a equipe da Guide Investimentos, mercado brasileiro deve seguir refém do ambiente internacional, com destaque para a queda das commodities, que tem derrubado papéis com grande representatividade no Ibovespa.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) rondava a estabilidade, sem uma tendência definida, buscando uma trégua nas quedas recentes, apesar de novo recuo dos preços futuros de minério de ferro na Ásia nesta sexta-feira. Na semana, a ação da mineradora acumula uma queda de cerca de 10%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) tinha elevação de 1%, acompanhando a melhora dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent subia 2,8%, a 101,89 dólares.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) mostrava variação positiva de 1,8% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) ganhava 1%, reforçando do lado positivo o Ibovespa.
- XP (BVMF:XPBR31) INC subia 4,8% em Nova York, após divulgar que fechou o segundo trimestre com um total de 846 bilhões de reais em ativos sob custódia, 4% acima de um ano antes, com captação líquida de 174 bilhões de reais.
- MÉLIUZ ON avançava 5,4%, após reportar prévia operacional, com crescimento de comissões cobradas de lojistas e aumento de vendas brutas no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado.
- BB SEGURIDADE ON (BVMF:BBSE3) subia 3,2%, ainda sob efeito de perspectivas favoráveis para os resultados do segundo trimestre. Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) elevaram a recomendação dos papéis para "overweight'.
- BRF ON (BVMF:BRFS3) perdia 3,6%, com realização de lucros após subir 4,9% nos últimos três pregões, ampliando a alta no mês para 19,6%. No ano, porém, o papel ainda cai cerca de 30%.
- VIA ON recuava 1,6% e MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) perdia 2%, em nova sessão de fraqueza entre varejistas, com AMERICANAS ON cedendo 0,2%.