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Ibovespa perde fôlego após Temer voltar a ser alvo de inquérito, mas renova máxima histórica

Publicado 12.09.2017, 17:49
Atualizado 12.09.2017, 18:00
© Reuters.  Ibovespa perde fôlego após Temer voltar a ser alvo de inquérito, mas renova máxima histórica
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Por Flavia Bohone

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa perdeu fôlego no final da sessão e fechou em alta modesta nesta terça-feira, renovando a máxima histórica, conforme cresceram as preocupações com a cena política após o presidente Michel Temer voltar a ser alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal.

O Ibovespa subiu 0,3 por cento, a 74.538 pontos, renovando a máxima histórica de fechamento pelo segundo dia seguido. No melhor momento da sessão, o índice subiu 1,36 por cento e renovou a máxima recorde intradia, aos 75.332 pontos. O giro financeiro somou 9,85 bilhões de reais.

A informação de que o ministro do STF Roberto Barroso decidiu abrir um novo inquérito contra Temer tirou fôlego dos negócios rumo ao fechamento do pregão. A decisão de Barroso ocorreu sob a suspeita, a partir da delação de executivos da J&F, de que Temer possa estar envolvido num esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na edição de um decreto que mudou regras portuárias.

Na véspera, a Polícia Federal concluiu que há indícios de crimes cometidos pela cúpula do PMDB, incluindo Temer e seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), em investigação sobre corrupção.

"O mercado está precisando de algum motivo para realizar (os lucros recentes)... Talvez essas preocupações possam ajudar a realizar um pouco, abrindo para que outros investidores entrem", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.

Apesar das preocupações o índice ainda conseguiu manter-se no azul, com o tom positivo ganhando algum respaldo na perspectiva de que a taxa básica de juros vai continuar em queda, movimento corroborado nesta manhã pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central.

DESTAQUES

- AMBEV ON (SA:ABEV3) subiu 3,7 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, após o Credit Suisse melhorar a recomendação para "outperform", ante "neutra", e elevar o preço-alvo para 23,50 reais, ante 20 reais.

- CEMIG PN (SA:CMIG4) avançou 3,56 por cento, tendo no radar a possibilidade de parceira com a Vale em um leilão programado para o fim deste mês no qual a União oferecerá a investidores a concessão de quatro hidrelétricas já em operação. A eventual parceria ajudaria a Cemig a manter seu portfólio em geração, ao mesmo tempo em que a mineradora poderia se beneficiar com acesso à energia das usinas a preços competitivos.

- VALE ON (SA:VALE3) subiu 0,48 por cento, acompanhando o movimento dos contratos futuros do minério de ferro na China, que subiram 3,4 por cento na bolsa de Dalian. Também ajudava o tom positivo a possibilidade parceira com a Cemig para leilão de hidrelétricas.

- ELETROBRAS ON (SA:ELET3) avançou 1,8 por cento e ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) teve valorização de 1,48 por cento. Nesta manhã, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que o governo corre para fechar os últimos detalhes do modelo a ser adotado na privatização da elétrica, que deve ser divulgado ainda neste mês.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caiu 0,8 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) teve queda de 0,77 por cento, revertendo os ganhos vistos mais cedo, apesar da alta nos preços do petróleo no mercado internacional.

- MAGAZINE LUIZA (SA:MGLU3) , que não faz parte do Ibovespa, caiu 11,85 por cento. O conselho de administração da varejista aprovou a realização de uma oferta pública de distribuição primária e secundária de, inicialmente, 24 milhões de ações ordinárias, que pode movimentar quase 2 bilhões de reais. Segundo investidores, a oferta abriu uma oportunidade de realizar parte de ganhos no acumulado do ano. O papel acumula valorização de cerca de 490 por cento este ano.

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