Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista renovou máxima histórica de fechamento nesta terça-feira, recuperando o fôlego após cair nos dois pregões passados, diante da retomada das expectativas por algum avanço na agenda de reformas do governo.
O Ibovespa subiu 1,55 por cento, a 76.897 pontos, após cair pouco mais de 1 por cento nos dois pregões anteriores. O volume financeiro somou 9,89 bilhões de reais.
Os receios de que o andamento da mais recente denúncia contra o presidente Michel Temer possa prejudicar o avanço da agenda de reformas do governo vinha acionando o modo de cautela nos mercados.
No entanto, nesta sessão, a notícia publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo de que lideranças governistas estariam articulando uma proposta mais enxuta para a reforma da Previdência, com a intenção de colocar o texto para votação em novembro animou os mercados.
"Fazer uma reforma da Previdência ancora as taxas de juros de longo prazo isso é fundamental para o mercado acionário continuar subindo", disse o gestor de renda variável da Fator Administração de Recursos Obede Rodrigues.
Ainda no fronte político, o relator de denúncia contra o presidente Michel Temer e dois ministros apresentou parecer rejeitando as acusações pouco após o fechamento dos mercados.
A visão positiva para o mercado de renda variável no Brasil tem sido sustentada ainda pela expectativa favorável com relação à recuperação da economia. Corroborando essa visão, nesta manhã, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou suas projeções de crescimento da economia mundial, incluindo o Brasil, elevando suas estimativas.
Agora, o FMI vê o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançando 0,7 por cento este ano e 1,5 por cento em 2018, acima das projeções feitas em julho. As estimativas para o crescimento da economia mundial também melhoraram e o Fundo agora vê expansão de 3,6 por cento em 2017 e de 3,7 por cento no próximo ano.
DESTAQUES
- SANTANDER UNIT (SA:SANB11) avançou 3,81 por cento, liderando os ganhos dos bancos no Ibovespa, após a matriz espanhola elevar sua previsão de rentabilidade para o próximo ano, devido a perspectivas de crescimento mais forte em seus principais mercados.
- ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 2,49 por cento e BRADESCO PN (SA:BBDC4) teve alta de 2,12 por cento, ajudando o tom positivo do índice devido ao peso em sua composição.
- KROTON ON (SA:KROT3) avançou 3,60 por cento, após a Comissão Mista que analisa a Medida Provisória que trata de novas regras para o programa de financiamento do ensino superior privado Fies aprovar relatório com novas regras para o programa.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 1,89 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) avançou 1,46 por cento, em sessão de ganhos para os preços do petróleo no mercado internacional.
- EMBRAER ON (SA:EMBR3) anulou as perdas vistas mais cedo e fechou em alta de 0,61 por cento. As ações chegaram a cair 6,43 por cento na mínima, quando entraram em leilão, e diminuíram o ritmo de perdas na sequência, após a empresa divulgar entrega de com 25 jatos comerciais e 20 executivos no terceiro trimestre, encerrando o período com carteira de pedidos firmes de 18,8 bilhões de dólares, ante 18,5 bilhões ao final do segundo trimestre.
A equipe do BTG Pactual (SA:BPAC11) destacou que os dados da fabricante de aviões despertaram alguma cautela em relação à possibilidade de o terceiro trimestre ser um pouco mais fraco do que inicialmente esperado, uma vez que embora a aviação comercial siga com margens fortes, os segmentos de defesa e de aviação executiva podem pesar no período.
- VALE ON (SA:VALE3) recuou 0,57 por cento, em sessão de perdas para os contratos futuros do minério de ferro na China.
- AZUL PN (SA:AZUL4), que não faz parte do Ibovespa, subiu 1,33 por cento. A empresa informou aumento de 15 por cento no tráfego de passageiros em setembro em comparação ao ano anterior, em meio a um aumento de mais de 10 por cento na capacidade.