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Ibovespa tem instabilidade, mas defende os 112 mil pontos

Publicado 30.01.2023, 08:49
© Reuters Ibovespa tem instabilidade, mas defende os 112 mil pontos
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A cautela dos mercados internacionais espelha no Ibovespa, de forma a deixá-lo indefinido na manhã desta segunda-feira, 30. Assim, índice Bovespa tem dificuldade em adotar uma recuperação ao menos parcial das recentes perdas. A agenda cheia desta semana deixa os investidores na defensiva, à espera principalmente das decisões de política monetária nos Estados Unidos e na Europa. O medo de uma recessão por lá segue aceso, e por isso mais do que as definições dos juros em si, os sinais dos bancos centrais sobre os próximos passos serão acompanhados com afinco.

"Ativos de risco recuam com os investidores cautelosos quanto às reuniões do Fed, BCE e BOE nesta semana. Apesar de já estar precificada alta das taxas básica de juros, investidores temem uma sinalização mais 'hawkish' propenso a subir mais os juros", cita em nota a MCM Consultores.

Por aqui, os investidores ainda aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira, que deve manter a Selic em 13,75% ao ano, mas há expectativas em relação aos sinais do Banco Central, sobretudo em meio ao avanço das estimativas de inflação e dúvidas fiscais.

Mais ainda fica no radar o início da safra de balanços de bancos, especialmente diante do rombo na Americanas. O Santander (BVMF:SANB11) dá a largada na quinta. Antes, tem a volta dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional (dia 1º), quando se definirá quem comandará as duas casas pelos próximos dois anos.

"Hoje não tem muitos condutores, mas na semana haverá fatores relevantes em termos de agenda. Aqui, tem a divulgação do Caged, tem a eleição na Câmara e no Senado, que será bem importante, em a decisão do Copom. O importante será ver qual a sinalização do Banco Central", avalia Dennis Esteves, especialista em renda variável da Blue3.

Nem mesmo a alta de 1,98% do minério de ferro, a US$ 129,35, em Dalian, na volta do feriado do Ano Novo Lunar na China, anima. O petróleo no exterior cai acima de 1,5%, em meio a incertezas sobre a demanda mundial. Na sexta-feira, o principal indicador da B3 (BVMF:B3SA3) fechou em queda de 1,63%, aos 112.316,16 pontos. Por pouco não encerrou a semana em queda - subiu 0,25% no período.

A reabertura da economia chinesa até pode ajudar o índice Bovespa, mas o que deve definir a direção será a agenda da semana, afirma o economista Álvaro Bandeira. "Tem balanços, as reuniões do Fed, do Copom, e há ainda expectativa de alguma recessão na Europa. Isso tudo acaba deixando o mercado meio sem rumo, gerando volatilidade", diz o também consultora de Finanças.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha sofreu contração de 0,2% no quarto trimestre de 2022 ante o terceiro trimestre. O resultado frustrou a expectativa de analistas, de estabilidade. O dado reforça a estimativa de recessão da maior economia da Europa.

Apesar da queda do petróleo no exterior, as ações da Petrobras (BVMF:PETR4) tentam alta. Mais cedo, em evento no Rio, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse que o tema dos combustíveis é assunto do governo. Segundo Esteves, da Blue3, a afirmação não gera desconforto porque é algo esperado. "O mercado quer esperar para ver quais serão as decisões tomadas pela nova gestão", diz.

Também não incomoda na carteira do índice Bovespa, por ora, a deterioração nas projeções para a inflação. Hoje, a pesquisa Focus mostrou que a estimativa mediana para o IPCA em 2023 saltou de 5,48% para 5,74%; para 2024 subiu de 3,84% para 3,90%; para 2026, passou de 3,47% para 3,50%. Conforme o especialista da Blue3, o assunto preocupa, mas algumas ações sobem à medida que investidores buscam oportunidade. "Alguns papéis caíram muito, é um movimento de ajuste de posição, que gera movimento de pechincha. É uma reestruturação de carteira."

Às 11h39, o Ibovespa cedia 0,03%, aos 112.283,97 pontos, após abertura aos 112.318,91 pontos. Em Nova York, as bolsas cediam.

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