Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - A administradora de shopping centers Iguatemi (SA:IGTA3) informou nesta terça-feira lucro líquido de 58,1 milhões de reais para o primeiro trimestre, alta de 14,8 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, com a primeira redução de descontos aos lojistas desde 2015.
As vendas totais subiram 2,2 por cento nos três primeiros meses do ano, para 3 bilhões de reais, movimento creditado pela empresa à estratégia de concentrar esforços em ativos de qualidade bem localizados, destinados ao público A e B.
Na mesma base de comparação, as vendas em mesmas áreas subiram também 2,2 por cento, enquanto as vendas em mesmas lojas tiveram alta de 1,1 por cento. Os aluguéis em mesmas áreas e em mesmas lojas subiram 4,3 e 2,8 por cento, respectivamente.
Para a diretora financeira da Iguatemi, Cristina Betts, os números de expansão mostrados no primeiro trimestre não foram ruins, mas foram "um pouco mais tímidos", em meio a um crescimento econômico mais lento do que o esperado.
Entretanto, a executiva destaca que apesar de desafiador, o primeiro trimestre teve marcos importantes, como o início do processo de redução de descontos aos lojistas.
"É um sinal positivo porque mostra que o lojista já aguenta (a redução do desconto)", disse a executiva, acrescentando que o movimento tende a ser mantido conforme as vendas ficam mais fortes e os lojistas mostrem mais resiliência.
A receita líquida da empresa somou 168,5 milhões de reais de janeiro a março, alta de 0,7 por cento em base anual.
Já a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou praticamente estável, para 125,78 milhões de reais. A margem Ebitda recuou 0,5 ponto percentual, para 74,7 por cento.
A dívida total da empresa caiu 8,8 por cento na comparação anual, enquanto a dívida líquida diminuiu 4,3 por cento, para 1,5 bilhão de reais. Com isso, a relação dívida líquida sobre o Ebitda foi de 2,84 vezes ao final do primeiro trimestre, ante 2,96 vezes ao final de dezembro.
Os três primeiros meses do ano mostraram ainda aumento de 9 por cento nos custos e despesas consolidados, refletindo principalmente o aumento no quadro de funcionários e o pagamento de bônus.
Segundo a executiva, o aumento no quadro foi de cerca de 3 a 4 por cento, mas em cargos mais altos, para adequar o perfil de diretoria aos objetivos da empresa.